? Uma xícara de café tomado no lar custa apenas R$ 1,00. É muito barato ? disse o presidente da Abic.
No entanto, Sato afirma que os atuais níveis de preço não cobrem o aumento da saca do grão.
? As indústrias precisam realinhar seus preços com a maior brevidade possível, de modo a evitar colapso de abastecimento regular ? aponta.
De acordo com a Abic, os preços do café, tipo conillon, aumentaram 38,5%, em média, de janeiro a novembro, alcançando o nível de R$ 300,00 a saca de 60 quilos nesta semana. A Abic explicou que, além da forte demanda interna por este tipo de café, a exportação brasileira do produto foi retomada em virtude dos preços altos do café arábica no mundo, o que provocou a alta mais acentuada.
No caso dos cafés arábicas mais utilizados pela indústria, o aumento no mesmo período foi de 33,5%, com a saca custando R$ 320,00. Para os cafés de melhor qualidade (Tipo 6, fino) o aumento também foi significativo, alcançando 30%, com a cotação da saca atual a R$ 545,00.
? Portanto, a matéria-prima, em média, se elevou 35% desde janeiro ? ressalta Sato.
Em contrapartida, os preços do café nas prateleiras ainda encontram-se muito defasados e bem abaixo do que deveriam, em virtude dos aumentos da matéria-prima. De janeiro a novembro, os preços dos cafés tradicionais, nas grandes cidades, aumentaram na média 15%, alcançando R$ 12,81 o quilo na Grande São Paulo. Pesquisas mostram que no Brasil, os preços médios subiram somente 9%.
? A defasagem, portanto, é superior a 20% ? informa o presidente da Abic.
O consumo de café no Brasil é o segundo maior do mundo, alcançando 19,1 milhões de sacas em 2010, o que representou 40% da safra brasileira.