A escassez do café tipo robusta levou a média mensal do indicativo composto de preço da Organização Internacional do Café (OIC) a atingir em outubro o seu nível mais alto em 21 meses, de 142,68 centavos de dólar por libra-peso. O indicativo do café robusta também atingiu o nível mais alto em dois anos.
Estas informações constam do Relatório Mensal de Outubro sobre o mercado cafeeiro, divulgado nesta quinta-feira, 10, pela OIC, entidade do setor que tem sede em Londres. “Em outubro, a alta dos preços do café foi significativa, pois as preocupações com a oferta dos robustas não se desfizeram”, trouxe o documento.
Outro fator que ajudou a impulsionar o mercado, de acordo com a OIC, foi a especulação sobre o tamanho da próxima safra brasileira de 2017/18, um ano de baixa no ciclo produtivo bienal dos arábicas do País. A Organização alerta, porém, que ainda é cedo para tirar conclusões.
O preço diário subiu no mês, passando de 136,17 centavos a 150 centavos, sua maior alta mensal desde março de 2016. O real brasileiro também ganhou valor em relação ao dólar dos Estados Unidos, alcançando seu desempenho mais forte em mais de um ano. “Isso ajudou a sustentar o mercado”, ressaltou a Organização.
A OIC identificou que, em termos dos indicativos dos grupos, o desempenho mais forte foi o dos robustas, com 7% acima de setembro, o oitavo mês consecutivo de alta. Os preços do grupo aumentaram quase 40% desde o começo do ano, alcançando uma média de mais de US$ 1,00 a libra-peso pela primeira vez desde novembro de 2014.
As médias dos três grupos dos arábicas também registraram altas de 1,5% a 2,2%. “A arbitragem entre arábicas e robustas, portanto, diminuiu em relação ao mês anterior, mas ainda foi maior que há um ano”, comparou a entidade.