? É fundamental que se abram mercados para sua [biocombustpiveis] efetiva comercialização ? disse o chanceler nesta quinta, dia 20, na Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, realizada em São Paulo.
Amorim citou como medidas protecionistas a “prática de subsídios agrícolas milionários e a imposição de barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias”.
O Brasil paga tarifa de US$ 0,51 por cada galão de biocombustível que entra no mercado americano, lembraram esta semana participantes da conferência.
A reivindicação do chanceler foi respaldada pelo coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que destacou que é necessário ampliar seus mercados para que os chamados “combustíveis verdes” possam contribuir mais para o desenvolvimento dos povos.
? Precisamos de um mercado de biocombustíveis com mais países produzindo, consumindo e exportando ? disse Rodrigues.
Amorim definiu os combustíveis alternativos como um “instrumento de transformação econômica e social nos países mais pobres”.
? Os biocombustíveis podem ser um valioso instrumento para promover o desenvolvimento, gerar emprego e produtos de grande valor econômico ? destacou.
O chanceler assinalou que “mais de 100 países têm vocação para produzir biocombustíveis de forma sustentável” e reiterou a disposição do Brasil de cooperar neste campo com outras nações, principalmente da África e da América Latina, mediante a transferência de tecnologia.
Amorim também desvinculou a produção de biocombustíveis da crise mundial de alimentos ao destacar que os países que sofreram com a escassez de comida não produzem nem etanol nem biodiesel. Neste sentido, lembrou que, no Brasil, “a produção de etanol cresceu ao mesmo tempo que a de grãos”.
A conferência, que será encerrada nesta sexta, dia 21, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi convocada pelo governo para debater o papel dos biocombustíveis como agentes para o desenvolvimento sustentável.