A colheita de café na região de atuação da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) pode ser afetada por chuvas intensas. Os trabalhos de campo, que normalmente iniciam entre o fim da primeira quinzena e começo da segunda quinzena de maio, podem iniciar uma semana antes, devido à primeira florada do ano passado ter ocorrido antes do usual.
A avaliação do gerente do departamento de desenvolvimento técnico da cooperativa, Mário Ferraz de Araújo, é que a precipitação que tem ocorrido na região da Cooxupé, que engloba sul e cerrado de Minas Gerais e partes de São Paulo, podem atrapalhar esse começo antecipado da colheita.
Histórico
Segundo ele, a falta de chuvas entre o fim de dezembro e todo o mês de janeiro, com altas temperaturas, afetou algumas lavouras, especialmente em altitudes mais baixas. “Mas é difícil mensurar ainda o efeito disso, vai depender do que for visto na produtividade”, afirmou.
Araújo explica que a de fevereiro até agora, as chuvas voltaram e ficaram até mesmo acima do normal. “Não se sabe ainda se isso vai compensar o efeito do que ocorreu em janeiro, mas as lavouras vegetaram bem”, comentou. Os níveis das represas estão elevados nas regiões.
Com o tempo seco, a maturação das lavouras adiantou e no ano passado, três floradas ocorreram, algo que não acontecia nos últimos três anos. “A primeira florada foi antecipada, e essa foi adiantada com a seca do começo do ano, com cafés agora mais maduros para a colheita. As outras ainda estão bem verdes”, comenta.
Impactos
O gerente indica ainda que em algumas regiões mais baixas há registro de fungos e grãos maduros têm caído, podendo levar à perda de qualidade. Também há mais doenças, pela umidade excessiva, mas por enquanto isso ainda está sob controle, avalia.
Quanto ao tamanho da safra, Mário Ferraz diz ser ainda muito cedo para uma avaliação mais precisa. A expectativa é que a produção seja menor, naturalmente, devido ao ciclo bienal da cultura. Ele diz ainda que no Cerrado mineiro e na Alta Mogiana paulista a safra tende a cair mais pela bienalidade ser mais forte nessas regiões, com maior alternância da carga.