O Conselho Nacional do Café (CNC), órgão que reúne as principais cooperativas do setor, manifestou receio com mudanças na estrutura do Ministério da Agricultura (Mapa). Entre outras alterações, foi extinto o Departamento do Café e a Secretaria de Produção e Agroenergia, conforme determina o Decreto número 8.492, publicado no Diário Oficial da União desta segunda, dia 13.
– Somos receosos que esse fato poderá aumentar a tramitação burocrática na gestão dos assuntos inerentes à cadeia café os quais, até então, eram tratados diretamente com um diretor, que se reportava a um secretário. Com o novo desenho, a partir de agora, serão dois coordenadores-gerais, os quais se reportarão a dois diretores que, por fim, farão a tramitação com o secretário de Política Agrícola – informou o presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro.
A partir de agora, o setor cafeeiro passa a ser gerido, na esfera governamental, pela Coordenação-Geral de Frutas, Florestas e Café, do Departamento de Comercialização e Abastecimento, e pela Coordenação-Geral de Gestão de Recursos, do Departamento de Crédito, Recursos e Riscos, ambos alocados na estrutura da Secretaria de Política Agrícola (SPA).
Conforme o dirigente, o secretário de Política Agrícola, André Nassar, justificou, durante reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), na quarta, dia 15, que as alterações foram uma decisão administrativa do ministério para alcançar maior eficiência nos serviços prestados, já que havia sobreposição de funções.
Segundo ele, não haveria sentido a manutenção de uma pasta que trabalha com cadeias produtivas, uma vez que o objetivo da atual gestão é atuar em áreas transversais a todas as cadeias do agronegócio nacional.
O Conselho Diretor do CNC e a Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) devem se reunir, na semana que vem, para debater a nova composição destinada à cafeicultura brasileira no âmbito do Ministério da Agricultura.