A colheita de café da safra brasileira 2018/2019 atingiu 45% até a última terça-feira, dia 3. O número, que faz parte do levantamento semanal da consultoria Safras & Mercado, indicou que os trabalhos seguem atrasados, já que em igual período do ano passado a colheita estava em 50%, e na média dos últimos 5 anos para o período em 51%.
Tomando por base a estimativa da Safras para a produção de café do Brasil em 2018, de 60,5 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 27,22 milhões de sacas.
Segundo o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, a colheita de arábica ganhou ritmo e alcançou 38% da safra, contra 41% em igual época do ano passado e 38% para média do período. “Os trabalhos com conilon, embora mais ágeis, seguem bem atrasados, por conta do problema inicial com excesso de umidade e o retardo no amadurecimento dos frutos”, comenta.
A mão de obra para colheita segue um problema, especialmente no Espírito Santo, ressalta Barabach. A colheita de conilon no Brasil gira em torno de 65% da safra projetada, comparada a 82% em igual época do ano passado e 88% de média.
Comercialização
Os negócios envolvendo o café arábica seguem em ritmo lento, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Agropecuária (Cepea). A queda nos preços externos da variedade tem mantido boa parte dos vendedores afastada, com fechamentos ocorrendo especialmente em dia de alta do dólar.
Além disso, muitos produtores têm dado preferência a entregas programadas e ao cumprimento de contratos, negociando no mercado à vista apenas quando há necessidade de caixa.
Quanto ao conilon, as negociações também seguem em ritmo relativamente fraco. Muitos produtores continuam distantes do mercado, realizando negócios apenas em dia de alta dos preços externos ou do dólar e conforme a necessidade de “formar caixa”. Boa parte do volume de robusta novo comercializado nas últimas semanas corresponde a entregas já programadas.