? Acho que a gente ainda vai ter câmbio bem pressionado pelos próximos três anos ? diz um operador de uma corretora paulista, enumerando os motivos que enfraquecem o dólar.
Entre eles estão os juros baixos, medida adotada pelas principais potências para estimular suas respectivas economias.
? Não pode ter juros para baixo com dólar firme ? explica.
A própria valorização dos preços dos alimentos é um agravante. Os investidores deixam o câmbio de lado e investem em commodities, menos vulneráveis aos riscos de uma inflação descontrolada.
? Salvo alguma supersafra mundo afora, a expectativa é muito altista para commodities agrícolas ? completa o operador que acredita que a moeda não deve ir além de R$1,80 no ano recém-começado.
Ibovespa tem novo recorde
Os mesmos motivos que pressionaram a moeda americana no primeiro dia útil do ano deram impulso ao Ibovespa. O principal índice da Bolsa de São Paulo ficou acima dos 70 mil pontos, marca que não alcançava desde junho de 2008.
A Bolsa também encontrou suporte na valorização das commodities. O petróleo foi destaque e já é negociado acima de U$81,00 com a expectativa de aumento no consumo da matéria-prima utilizada na fabricação de óleo de calefação (que abastece aquecedores durante o inverno no hemisfério norte).
No mercado de commodities agrícolas relacionadas à produção de energia, a valorização do ouro negro estimulou compras. Na Bolsa de Chicago a soja para março fechou em alta de U$0,09 a U$10,58/ bushel e o milho no mesmo vencimento em U$4,18 (+ U$0,04).