A comercialização da safra de café do Brasil 2019/2020 chegou em 62% até o dia 11 de novembro. O dado faz parte de levantamento de Safras & Mercado. Em relação ao último levantamento, de 08 de outubro, a comercialização evoluiu em 9 pontos percentuais.
As vendas estão adiantadas em relação ao ano passado, quando 59% da safra 2018/2019 estava comercializada até então. A comercialização está exatamente na média dos últimos 5 anos, que é de 62% para esta época.
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Com isso, já foram comercializadas 36,43 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2019/20 de café brasileira de 58,9 milhões de sacas.
Segundo o consultor Gil Barabach, as vendas da safra brasileira 2019 voltaram a ganhar intensidade ao final de outubro e nesse começo de novembro. “O produtor aproveitou a alta no preço para acelerar os negócios, dando impulso à comercialização. A correção na ICE (Bolsa de Nova York) e depois a puxada no dólar serviram de apoio para o rally interno.
Embora o produtor continue preferindo negociar os lotes mais fracos, a subida na cotação acabou elevando a oferta de cafés melhores as praças de comercialização”, comenta. A bebida dura com 15% de catação, que era negociada a R$ 400 a saca há menos de um mês, troca de mãos, chegou a trocar de mãos a R$ 480 e gira atualmente entre R$ 465 a R$ 470 a saca. “Um ganho expressivo, que acabou sensibilizando o vendedor”, aponta.
Destaque para o arábica, com comercialização chegando a 62% da safra. As vendas desses cafés estão bem acima de igual época do ano passado (56%) e ligeiramente mais altas que a média para o período (61%). Por outro lado, as vendas de conilon são de apenas 63% da safra, bem aquém de igual período do ano passado (69%) e também abaixo da média dos últimos 5 anos para o período (67%).
Os cafés melhores voltaram a ser negociados em torno de R$ 500 a saca para entrega e pagamento em Setembro de 2020. “Uma cotação bem mais atrativa que algumas semanas atrás, o que estimula a fixação antecipada por parte do produtor”, avalia Barabach.