A comercialização da safra de café do Brasil 2015/2016 (julho/junho) está em 68% da produção total estimada, relativa ao final de novembro. O dado faz parte de levantamento da consultoria Safras & Mercado. Com isso, já foram comercializados pelos produtores brasileiros 33,53 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de uma safra nacional de 49,3 milhões de sacas.
A comercialização está adiantada contra a média dos últimos cinco anos para este período, que é de 63%. Em 2014, o mês de novembro terminou com 65% da safra comercializada. Houve, ainda, avanço de cinco pontos percentuais na comercialização da safra 2015/2016 em relação ao final do mês de outubro (63%).
Segundo o analista Gil Barabach, a comercialização andou bem no último mês de novembro. “Os repiques no dólar e na ICE (Bolsa de Nova York) geraram boas oportunidades aos vendedores, que aproveitaram para fechar novas posições. Mas, sem afobação na hora da venda, com negócios evoluindo de forma bem cadenciada. Mesmo porque a safra mais justa e a dificuldade com qualidade e com tamanho da peneira trabalham a favor do produtor”, comentou.
Quanto às vendas antecipadas da safra futura de 2016, Barabach coloca que, em um ritmo mais cadenciado, o comprometimento do produto com a safra 2016 gira entre 8% a 12% da sua safra esperada.
Exportações
As exportações de café verde (arábica e robusta) perderam ligeiramente o ritmo de outubro para novembro, mas o volume do último mês ainda foi o terceiro maior da série do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O volume embarcado na parcial desta temporada (de julho a novembro de 2015) é praticamente o mesmo dos primeiros cinco meses da safra passada.
Ao mesmo tempo, pesquisadores do Cepea indicam que as operações no spot nacional persistem baixas, com os preços relativamente estáveis. Esse resultado tem sido obtido mesmo com a produção da atual temporada sendo menor que a anterior e muitos lotes apresentando qualidade inferior. Vale lembrar que a safra 2015/2016 já registrou grande volume de grãos com peneira menor. Além disso, alguns produtores ainda negociam apenas quando precisam “fazer caixa”, insatisfeitos com os preços.