A comercialização da safra de café do Brasil 2016/17 (julho/junho) chegou a 89% até o dia 10 de abril, segundo levantamento feito pela Safras & Mercado. Segundo os dados, o avanço em relação ao mês anterior foi de 4%. Em relação ao ano passado, no entanto, as vendas estão atrasadas, já que o número para o período na safra 2015/16 foi de 92%.
Há avanço em relação à média dos últimos 5 anos, que aponta que 85% da produção normalmente já está negociada no período. Com isso, segundo a consultoria, já foram comercializadas 48,78 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de uma safra de 55,1 milhões de sacas.
De acordo com o analista Gil Barach, a comercialização avançou pouco no ultimo mês de março, em típico movimento de entressafra. “A queda no preço, sem dúvida, ajudou a afastar o produtor, bem como, manteve o comprador na defensiva. O fato é que o preço abaixo de R$ 500 a saca para os cafés melhores não motiva o vendedor”, afirmou.
Barabach comenta que a dinâmica comercial seguiu mais acelerada para os cafés mais fracos de bebida, que continuam atrativos à venda, apesar do preço mais baixo. “Já a queda brusca nos preços e a proximidade da safra nova fez alguns vencedores colocarem a cara para fora nas últimas semanas. Mesmo assim, as negociações para os cafés melhores seguem mais tímidas”, concluiu.
Oferta para a indústria
O Índice de Oferta de Café para a Indústria (Ioci) atingiu 6,75 pontos no período entre 3 e 7 de abril. O resultado corresponde a um indicativo de suprimento seletivo, informa a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), responsável pelo levantamento. A associação informa, em comunicado, que “isto indica que as empresas, de todos os portes, não têm a oferta regular de café em grão, com o abastecimento sendo gradual e seletivo”.
Considerando apenas a oferta de café conilon, cuja safra no Espírito Santo, principal Estado produtor, foi prejudicada nos últimos dois anos pela estiagem, o Ioci foi de 6,42 pontos, também indicando suprimento seletivo.