? Este é o momento de se olhar para o futuro. Em meados dos anos 90, a indústria de calçados vivia uma situação de crise. A grande virada se deu a partir da criatividade, aquilo que é tipicamente brasileiro ? afirmou o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, na abertura do InspiraMais – Salão de Design e Inovação de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos.
O evento, que ocorreu esta semana em São Paulo, é organizado pela Associação Brasileira de Componentes do Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal by Brasil). Para o diretor, a competitividade do calçado brasileiro não está mais no preço e sim no design. Segundo ele, o setor encontrou o caminho, mas ainda falta muito para que toda a cadeia possa usufruir das mudanças.
? O Sistema Sebrae apóia 1645 empresas do segmento, em nove estados brasileiros. São 24 projetos entre 2009 e 2011, disponibilizando recursos de R$ 28 milhões. Há toda uma tarefa de melhoria da gestão do empreendimentos. Nós já conseguimos um avanço, mas é preciso mais ? afirmou.
Esse mais, de acordo com Carlos Alberto, passa por uma maior formalização de toda a cadeia.
? Muita gente ainda não conseguiu participar desta transformação e, por isso, está à margem do processo de desenvolvimento. Eles precisam dar este passo na profissionalização da produção para responder à demanda do mercado ? disse.
Para o presidente da Assintecal, Luis Claudio Amaral, o InspiraMais, realizado desde 2001, contribuiu para que a cadeia produtiva do setor amadurecesse, para alcançar a velocidade de inovação exigida pelo mercado mundial. A indústria e os estilistas, segundo a coordenadora da carteira do segmento no Sebrae, Ana Patrícia Barbosa, deixaram de fotografar as vitrines européias e passaram a ditar moda no mundo.
? Foi um movimento de todo o setor. O calçado brasileiro tem identidade própria, misturando materiais, cores e artesanato ? disse.
Segundo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Clayton Campanhola, o design acabou puxando outros elos da cadeia, como o segmento de componentes.
? O design incorporou novas tecnologias e está permitindo que a indústria brasileira se insira com mais robustez no mercado internacional ? afirmou.