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Café

Aumento no consumo de café em casa não compensa queda no comércio por conta de Covid-19

Segundo projeções do Departamento de Agricultura dos EUA, consumo global deve cair pela primeira vez desde 2011

café, xícara
Foto: Pexels

O consumo de café dentro de casa, que aumentou durante a pandemia de Covid-19, com mais pessoas fazendo home office, não deve compensar a forte queda da demanda decorrente de cafés e restaurantes fechados. “A sensação, ao conversar com as pessoas do mercado, é que a queda no consumo fora de casa é maior do que o aumento no consumo em casa”, disse o diretor-executivo da Organização Internacional do Café, José Sette. “Por isso é improvável que o aumento do consumo doméstico compense totalmente. Isso ainda é uma especulação”.

A queda nos futuros do café arábica neste ano coloca o produto entre as commodities com pior desempenho, junto com petróleo nos EUA. Mas analistas dizem que os preços do café podem reagir se as medidas de estímulo governamentais fizerem o consumidor a buscar mais a bebida ou incentivarem idas a cafés e restaurantes. Pesa no resultado o fato de o mercado ter excesso de oferta, com colheita farta no Brasil, maior produtor mundial do grão.

“A alta oferta dificulta a recuperação dos preços após a queda nos últimos meses”, disse a analista de commodities agrícolas do Commerzbank, Michaela Kühl.

Os contratos futuros de café do tipo arábica, mais utilizado em cafés e restaurantes e produzido na América do Sul, caíram quase 9% na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) em 2020. Já os contratos futuros do café robusta, que está nas cápsulas para máquinas de expresso domiciliares, cederam menos de 3% na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe). Esses grãos, de sabor mais forte, são cultivados em maior escala no Vietnã.

A previsão é de que o consumo de café deve cair pela primeira vez desde 2011, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos EUA. Mas em 2021 o consumo poderá subir 1,5%, para 166,3 milhões de sacas, de acordo com o relatório. O fornecimento de grãos arábica, que representam cerca de 60% do café comercializado no mundo, ainda pode estar em risco se as fazendas de menor escala da Colômbia e da Costa Rica tiverem dificuldade para contratar trabalhadores migrantes qualificados, avalia a analista de café sênior da DR Wakefield, Priscilla Daniel. “Se você tem uma pessoa menos experiente e um número menor de trabalhadores por metro quadrado, perderá o momento perfeito para escolher e a qualidade poderá não ser tão boa”, avalia.

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