O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, afirmou nesta quinta-feira, 1º, que todos os trâmites burocráticos para importação do produto já estão prontos, mas a situação política conturbada impede o “OK final” por parte do governo. “Não há mais barreiras nos Ministérios da Agricultura e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), mas o momento não é favorável para qualquer ‘tumulto’. A liberação final pode ser atrasada”, disse nos bastidores do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2017 e 2018, em São Paulo.
A importação de café verde, em especial do Vietnã, ganhou destaque no ano passado após a quebra de safra no Espírito Santo, principal produtor brasileiro de conilon. A variedade é usada para o blend com arábica, e seus preços mais altos acabaram pressionando as margens da indústria nacional. “E a preocupação com a oferta continua, o suprimento segue crítico. Neste ano a produção no Espírito Santo deverá ser 10,1 milhões de sacas, apenas levemente maior do que a do ano passado”, afirmou.
Quanto à oscilação cambial advinda da crise política, Herszkowicz disse que isso é o “principal inimigo para o café”. “Isso porque a disparada das cotações pressiona as margens da indústria torrefadora. Em contrapartida, quando caem, as empresas são pressionadas a oferecer descontos em suas negociações e têm dificuldades de repassar para o consumidor.”