Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Dia do Índio reforça reivindicações por melhores condições de vida nas tribos

Indígenas estão cada vez mais introduzidos em grandes cidades, comprometendo sua identidade culturalDezenove de abril, o dia do Índio, foi instituído no Brasil em 1943.  A data é lembrada a cada ano como uma forma de reivindicação por melhores condições de vida e por maior valorização das comunidades indígenas espalhadas pelo Brasil. O índio que, muitos brasileiros só conhecem nos livros de escola, não vive mais só na floresta.

Na tribo Guarani, em São Paulo, circula uma senhora de passos lentos e corpo franzino. A cacique Jandira Venício possui uma posição de liderança na tribo, que dá a ela autoridade para aplicar regras, definir as punições, resolver os conflitos e, se preciso for, até para decidir a hora de começar e terminar uma guerra. É o cacique que organiza também a caça na mata, onde fica a aldeia. Apesar de se chamar Jandira, no registro de cidadã brasileira, ela prefere o nome indígena: Querexu.

Querexu tem 76 anos. Faz quase 50 que vive na aldeia, que, aliás, é atualmente muito diferente de quando ela chegou.

? Não tinha muito branco, não tinha casa. As crianças iam caçar uns bichinhos soltos pela mata ? conta.

O rio que a cacique contempla atualmente já deu peixe. A oca não é mais de palha. E a  sobrevivência das famílias daqui não vem mais da natureza.

? Vivo da ajuda de alguma doação de escola, alguma coisa que as pessoas que me conhecem me ajudam ? diz.

A distância da Praça da Sé, no centro de São Paulo, até a aldeia não passa de 15 quilômetros. Essa proximidade fez os índios conviverem com o asfalto e com as conseqüências que a urbanização trouxe.

? Ficamos incomodados pela poluição, porque traz doenças, e isso é preocupante ? desabafa a indígena Rosenilde Arapotã.

O que identifica que há uma aldeia na região é o artesanato exposto na beira da rodovia. A índia Arapotã aprendeu a fazer os chocalhos, arcos, flechas e colares que vende, com sua mãe. Faz isso por tradição e por necessidade. É deste trabalho que tira o sustento da família. Por dia, consegue até R$ 50.

? Tem os turistas que passam e compram uma coisinha. E isso já me deixa feliz ? explica.

A situação dos índios das aldeias dentro da cidade é uma das preocupações da coordenadora do Conselho Indígena de São Paulo, Sandra Regina Gomes. Ela trabalha num departamento do governo do Estado, que foi criado para atender as necessidades dos índios. Sandra, que tem descendência indígena, diz que estão cadastradas em todo o Estado 38 aldeias e 28 são da tribo guarani. A situação da aldeia da cacique Querexu, é a pior delas.

? Culturalmente a aldeia da Jandira é um pouco enfraquecida em vista das demais, mas cada região tem a sua precariedade ? informa.

A demarcação de terras é um dos principais problemas dos índios em todo o Brasil.  Mas para Sandra o maior risco para estas comunidades é a perda da identidade cultural.

? Acho que fortalecer o jovem seria uma questão primordial, porque eles teriam voz pra chegar ao governo e cobrar educação, terra, saúde, moradia. Aquilo que realmente é necessário ? esclarece.

A cacique Querexu gostaria de fazer muito mais pela tribo.

? Na cidade tem que ter dinheiro, tem que estar bem vestido. Lá no mato a gente vive de qualquer jeito, se eu pudesse levaria a tribo de volta para lá ? afirma.

Sair da versão mobile