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Dólar atinge R$ 4,12 e soja em Chicago registra nova sessão em queda

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou  a negociação nesta quinta-feira, dia 23, com alta de 1,65%, cotado a R$ 4,122 para a compra e a R$ 4,124 para a venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,042 e a máxima de R$ 4,129.

A moeda americana acelerou os ganhos, renovando máximas, com a piora no exterior em dia de forte aversão ao risco global, tendo como pano de fundo a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Somado ao exterior, o cenário eleitoral contribui para a moeda testar os maiores níveis intraday desde janeiro de 2016.

“Diferentemente dos outros dias, o movimento da moeda segue mais o exterior, onde o movimento está ruim para as moedas desde a abertura em dia de aversão ao risco global”, comenta o analista da Quantitas, Matheus Gallina.

O economista da Guide Investimentos Rafael Passos reforça que segue no radar do mercado novos desdobramentos envolvendo a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). “Autoridades da Inglaterra divulgaram algumas notas instruindo os britânicos e empresas a se protegerem de um eventual rompimento ‘sem acordo’ com a União Europeia. Faltam sete meses para a saída do Reino Unido do bloco e os ingleses ainda não firmaram nenhum acordo”, avalia.

Cada vez mais próxima, as eleições também seguem contribuindo para a disparidade do câmbio, que foi influenciado por duas notícias. A primeira é de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu um prazo maior que o mercado esperava para o ex-presidente Lula apresentar os motivos para a validação da candidatura.

Após a intimação do TSE, a defesa do petista terá sete dias para apresentar seus argumentos – esperada para até 30 de agosto. Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) acelerou o julgamento da denúncia por racismo contra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Ibovespa

O índice Ibovespa encerrou o pregão desta quinta novamente descolado da alta do dólar, ficando em baixa de 1,65%, com 75.633 pontos com R$ 9.934 milhões de volume negociado. O resultado negativo inverteu a tendência no fechamento desta segunda, dia 22, quando o Ibovespa fechou em alta de 2,29%. O pregão encerrou com os papéis de grandes empresas, as chamadas ações blues chips, em queda, como Petrobras caindo 2,18% e Itau, 3,89%.


Soja

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com a terceira sessão seguida de baixa. O mercado foi pressionado pelos sinais cada vez mais evidentes de que os Estados Unidos colherão a maior safra da história.  A Crop Tour da Pro Farmer indicou produtividade acima da registrada do ano passado e da média em três anos no estado americano de Illinois e na região oeste de Iowa. Até o momento, todos os estados indicaram rendimento acima do esperado.

Outro ponto que ajudou nas perdas foi a intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Entraram em vigor na madrugada desta quinta-feira as tarifas de 25% impostas pelos EUA a US$ 16 bilhões de bens importados da China, ao que Pequim já anunciou retaliação na mesma medida, em mais um episódio da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2017/2018, com início em 1º de setembro, ficaram em 152.700 toneladas na semana encerrada em 16 de agosto. O número ficou 14% superior à semana anterior e 37% abaixo da média das últimas quatro semanas. O maior importador foi a Indonésia, com 88,7 mil toneladas.

Para a temporada 2018/2019, foram mais 1.148.600 toneladas. Somando-se as duas temporadas, analistas projetavam exportações entre 500 mil e 950 mil toneladas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Brasil

O mercado brasileiro de soja teve um dia de poucos negócios e de preços pouco alterados. Os principais formadores do preço doméstico tiveram comportamento divergente: o dólar subiu forte e Chicago recuou.

Soja no mercado físico – saca de 60 kg

          • Passo Fundo (RS): R$ 84,50
          • Cascavel (PR): R$ 83
          • Rondonópolis (MT): R$ 78
          • Dourados (MS): R$ 80,50
          • Porto de Paranaguá (PR): R$ 90,50
          • Porto de Rio Grande (RS): R$ 91
          • Porto de Santos (SP): R$ 89
          • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 89
          • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

            • Setembro/2018: US$ 8,42 (-16,25 cents)
            • Novembro/2018: US$ 8,54 (-16,25 cents)

Milho

Segundo o boletim semanal divulgado pela Emater-RS, os produtores estão intensificando o plantio das lavouras de milho em algumas áreas, e o restante das áreas a serem cultivadas estão passando por um processo de preparação, com dessecação do nabo forrageiro ou vegetação de inverno.

Os agricultores estão buscando agentes financeiros para a realização de custeio da lavoura para a safra 2018/2019.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços acentuadamente mais baixos. O mercado recuou pela quinta sessão seguida, pressionado pela perspectiva de safra cheia nos Estados Unidos.

As lavouras de milho em Illinois, na parte central dos EUA, estão se desenvolvendo melhor neste ano, na comparação com a média dos últimos três anos, segundo avaliação dos participantes da Crop Tour, realizada pela Pro Farmer.

Segundo a Pro Farmer, a produtividade média do milho deve ficar em 192,63 bushels por acre em Illinois, ante a média de 181,95 bushels por acre nos últimos três anos. No ano passado, o rendimento havia sido projetado em 180,72 bushels por acre.

Milho no mercado físico – saca de 60 kg

  • Rio Grande do Sul: R$ 43
  • Paraná: R$ 38
  • Campinas (SP): R$ 43,50
  • Mato Grosso: R$ 29
  • Porto de Santos (SP): R$ 43
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 42,50
  • São Francisco do Sul (SC): R$ 42,50
  • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

      • Setembro/2018: US$ 3,46 (-5,75 cent)
      • Novembro/2018: US$ 3,61 (-5,75 cent)

Café

O mercado brasileiro de café teve uma quinta-feira de preços mais altos e com melhor movimentação, embora regionalizada. As cotações foram sustentadas pela alta de Nova York e do dólar. Muitos vendedores aproveitaram a alta do dólar e da bolsa e a demanda mais ativa melhorou as bases.

Nova York

A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quinta-feira com preços mais altos. O mercado teve uma sessão de recuperação técnica, e por isso subiu mesmo com a valorização do dólar contra o real e outras moedas, fator baixista para o arábica na bolsa.

Entretanto, NY fechou longe das máximas do dia. O contrato dezembro chegou a atingir 103 centavos de dólar por libra-peso, e no fechamento perdeu 1,5 centavo em relação a esse valor do topo da sessão. Segundo o analista Gil Barabach, da Safras & Mercado, isso significa que “o mercado está desenhando um fundo”, tecnicamente e com base nos fundamentos.

Ou seja, os fundamentos são baixistas, o mundo tem uma oferta global tranquila em ano de safra recorde no Brasil e com outras grandes origens produtoras também vindo adiante com boas safras. É o caso do Vietnã, Colômbia e Indonésia. Assim, a tendência é baixista e o mercado vai procurar se acomodar nestes patamares mais baixos em que está trabalhando. Resta saber se tem forças para testar novamente e romper para baixo a linha de US$ 1 a  libra-peso no contrato para dezembro. Gil Barabach indica que já está precificada a ampla oferta global e que perdas muito além de onde o mercado está são exageradas para o momento.

Londres 

A Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres para o café robusta encerrou as operações da quinta-feira com preços em queda. O mercado teve uma sessão de volatilidade e teve ganhos em parte do dia, esboçando uma recuperação técnica. Entretanto, a alta do dólar contra o real e outras moedas e fatores técnicos e fundamentais derrubaram novamente as cotações.

A ampla oferta global segue pesando sobre as cotações e limitando movimentações altistas. NY avança neste momento e Londres acabou indo contra o movimento do arábica.

Café no mercado físico – saca de 60 kg

          • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 410 a R$ 415
          • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 415 a R$ 420
          • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 365 a R$ 370
          • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
          • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso

          • Setembro/2018: US$ 97,20 (-0,80 cent)
          • Dezembro/2018: US$ 101,50 (-0,60 cent)

Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada

            • Setembro/2018: 1.614 (-US$ 23)
            • Novembro/2018: 1.531 (-US$ 17)

Boi

A arroba do boi gordo fechou a quinta-feira com alta em em sete das 31 praças pesquisadas pela Scot Consultoria, puxada ainda pela oferta restrita de animais terminados.

No Paraná, a arroba está cotada por volta de R$ 148, a prazo, livre do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Isso significa valorização de 2,1% desde o início do mês.

O único estado em que houve queda na cotação da arroba do boi gordo foi o Rio Grande do Sul, segundo a Scot, devido à oferta de lotes grandes que aumentaram pontualmente a disponibilidade de animais nesta semana. No estado o boi gordo está cotado em R$ 4,70 o quilo.

Em São Paulo, as escalas de abate médias giram em torno de três a quatro dias e são suficientes para atender a demanda retraída vista na penúltima semana do mês, de acordo com a consultoria.

A margem de comercialização das indústrias que fazem a desossa está em 19,9%, o que representa queda de 1,8 ponto percentual frente ao dia anterior.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

          • Araçatuba (SP): R$ 144
          • Triângulo Mineiro (MG): R$ 140
          • Goiânia (GO): R$ 134
          • Dourados (MS): R$ 138
          • Mato Grosso: R$ 126 a R$ 129
          • Marabá (PA): R$ 128
          • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,70 (kg)
          • Paraná (noroeste): R$ 146
          • Sul (TO): R$ 131
          • Veja a cotação na sua região

Previsão do tempo para sexta-feira, dia 24

Sul

Os temporais retornam ao Sul. Há previsão da formação de uma nova frente fria sobre a região a partir de uma área de baixa pressão atmosférica na costa gaúcha. Assim, a chuva é intensa e volumosa em toda a região, com destaque para o oeste dos três estados.

Além disso, tem condição para queda de granizo, rajadas de vento fortes e muitas trovoadas tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina e também no Paraná. Com relação às temperaturas, até esquenta bastante no Paraná antes de a chuva chegar.

Após a passagem da frente fria, volta a esfriar na região por causa da mudança na direção dos ventos para o quadrante sul, deixando a sensação térmica baixa, especialmente no Rio Grande do Sul.

Sudeste

O dia começa com tempo aberto e ensolarado. Os ventos de norte ganham força, garantindo a rápida elevação das temperaturas. A tarde será quente em boa parte do Sudeste, inclusive na capital paulista, que pode ter a máxima mais quente do inverno.

Entretanto o tempo muda novamente. No fim da tarde, há previsão de pancadas de chuva, trovoadas, rajadas de vento e até eventual queda de granizo no oeste e sul de São Paulo, por causa da aproximação de uma nova frente fria vinda do Sul.

Conforme a noite passa, as instabilidades começam a avançar pelo interior de São Paulo e chegam até a região metropolitana do estado.

Centro-Oeste

O calor toma conta de todo o Centro-Oeste na medida em que ventos que sopram do quadrante norte ganham força. Porém o tempo muda com a aproximação de uma nova frente fria vinda do Sul do país.

Tem previsão para pancadas de chuva, trovoadas, vento forte e até mesmo queda de granizo no Mato Grosso do Sul. Conforme o dia for passando, a chuva se espalha também pelo sul de Goiás, sul, centro e oeste de Mato Grosso.

Nordeste

A área preferencial para chuva aumenta ligeiramente na região. Assim, todo o litoral do Nordeste, incluindo as capitais costeiras, já fica sob a influência de áreas de instabilidade e eventual chuva isolada.

Por outro lado, o interior da região não tem mudanças no tempo. Há condição para céu aberto e temperaturas bastante elevadas no período da tarde. A umidade relativa do ar fica abaixo dos níveis críticos, e a condição para queimadas aumenta no sul do Piauí e do Maranhão.

Norte

Há previsão de chuva na metade oeste e norte da região. Desta vez, a chuva também se espalha por Rondônia e Acre, por causa do reposicionamento de ventos a mais ou menos 2 km de altura e que levam a umidade da Amazônia.

No Tocantins, teremos um período de tempo seco e com calor, assim como no sul do Pará.