O dólar atingiu, no fechamento desta terça-feira, dia 21, o valor de R$ 4,039, mais alta cotação desde 18 de fevereiro de 2016. A elevação de 2,01% no dia foi a quinta consecutiva, com a moeda acumulando valorização de 4,4% no período, refletindo o estresse do mercado com a possibilidade de um segundo turno entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), depois dos números das últimas pesquisas eleitorais.
“A grande razão (para a alta do dólar) é a incerteza quanto ao avanço da campanha de Geraldo Alckmin, que vem mostrando pouca força e pode ficar de fora do segundo turno. O que deixa investidores mais apreensivos, já que Alckmin é o candidato preferido do mercado por ser a favor das reformas estruturais”, comenta o economista João Fernandes, da Quantitas.
Ele destaca que o otimismo do mercado visto no fim de julho após pesquisas paralelas mostrarem bom desempenho do tucano em São Paulo – reduto político de Alckmin – “está sendo revertido, e há um forte desmonte de posições”, diz.
O estrategista-chefe do Mizuho, Luciano Rostagno, reforça que a apreensão do mercado vem da percepção de que os eleitores se movimentam para votarem em candidatos “dos extremos na política, Lula/Haddad e Bolsonaro. Isso é extremamente preocupante diante da situação fiscal do país”, diz.
“Diferentemente de alguns meses atrás, pelo menos, a situação começa a ficar menos nebulosa, mas não necessariamente animadora. Dois extremos no páreo começam a penalizar ativos locais”, avalia o operador Cleber Alessie, da H.Commcor .
Ele acrescenta que, se este cenário se mantiver pelos próximos dois meses, investidores tendem a formar “torcida” por Bolsonaro, já que o economista Paulo Guedes será o escolhido para assumir o Ministério da Fazenda em caso de vitória do candidato do PSL.
Nesta quarta, dia 22, o foco será a pesquisa Datafolha, “em que o mercado vai olhar se esse cenário entre PT e Bolsonaro no segundo turno se consolida, como visto nas últimas pesquisas. O que a partir de agora fica no radar dos investidores. Com essa tendência se firmando, o dólar caminha para se consolidar no nível de R$ 4. Um pouco antes do previsto influenciado pela crise na Turquia”, diz Rostagno.
Por outro lado, se o Datafolha mostrar menos força de Lula e de Bolsonaro, por exemplo, o mercado já deve devolver parte das perdas desta terça, pondera o estrategista da Mizuho. Quanto ao Banco Central (BC), ele acrescenta que está observando se há uma “disfuncionalidade no mercado” para intervir. “Se o movimento persistir nos próximos dias, ele entra, mas ainda não vejo uma necessidade imediata do BC atuar”, diz.
Ibovespa
O Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira em baixa de 1,5%, com 75,180.40 pontos, e o volume negociado foi de R$ 10. 927 milhões.
Soja
Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços mais baixos. O mercado foi pressionado durante o dia pela declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que deve haver pouco avanço com a China no encontro desta semana em Washington – fato que afasta um possível fim da guerra comercial.
Outro fator que pesou negativamente sobre os preços foi a condição da safra americana, segundo participantes de um crop tour, que é uma espécie de visita às lavouras dos EUA, realizado pela Pro Farmer, que é uma empresa americana de notícias sobre agronegócio. De acordo com integrantes, a contagem de vagens da soja em Dakota do Sul e Ohio está acima da média dos últimos três anos e também daquela verificada no ano passado.
Brasil
O mercado brasileiro de soja teve uma terça-feira de preços mistos. A Bolsa de Chicago teve queda e o dólar boa alta, o que determinou o comportamento misto nas cotações. Não houve negócios relevantes no dia, com os produtores acompanhando a subida do dólar e preferindo esperar por um reflexo nos valores no mercado.
Soja no mercado físico – saca de 60 kg
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- Passo Fundo (RS): R$ 84
- Cascavel (PR): R$ 83,50
- Rondonópolis (MT): R$ 78
- Dourados (MS): R$ 80,50
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 89
- Porto de Rio Grande (RS): R$ 90
- Porto de Santos (SP): R$ 89
- Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 89
- Confira mais cotações
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Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
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- Setembro/2018: US$ 8,74 (-7,25 cents)
- Novembro/2018: US$ 8,86 (-7,25 cents)
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Milho
O mercado brasileiro de milho registrou preços firmes nesta terça-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o mercado brasileiro de milho repercutiu a intensa volatilidade cambial no decorrer do dia, com o dólar superando a linha de R$ 4. “Com isso, os preços no porto apresentaram reajustes e a movimentação tende a se intensificar. O mercado tende a se tornar ainda mais nervoso conforme as eleições se aproximam”, comenta.
Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços mais baixos. Nem mesmo a piora nas condições das lavouras norte-americanas foi capaz de animar o mercado, que vem tendo um início de semana negativo. Também pressiona a estimativa de boa produtividade em Ohio e Dakota do Sul, conforme a “Crop Tour” realizada pela Pro Farmer.
Milho no mercado físico – saca de 60 kg
- Rio Grande do Sul: R$ 43
- Paraná: R$ 38
- Campinas (SP): R$ 43,50
- Mato Grosso: R$ 29
- Porto de Santos (SP): R$ 44
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 43
- São Francisco do Sul (SC): R$ 43
- Veja o preço do milho em outras regiões
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
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- Setembro/2018: US$ 3,59 (-2,25 cent)
- Novembro/2018: US$ 3,74 (-2,25 cent)
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Café
O mercado brasileiro de café teve uma terça-feira melhor na comercialização, com preços reagindo. Com os ganhos do arábica na Bolsa de Nova York e mais uma forte subida do dólar, as cotações avançaram no país.
Nova York
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta terça-feira com preços mais altos. Segundo traders, as cotações avançaram diante de um movimento de recuperação técnica. Após nove sessões seguidas de perdas, com o mercado ameaçando romper a importante linha de US$ 1,00 a libra-peso, os preços enfim reagiram, ante um movimento de recuperação técnica. Entretanto, mesmo em dia de reação técnica o mercado teve os ganhos reduzidos.
Londres
A Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres para o café robusta encerrou as operações da terça-feira com preços moderadamente mais baixos. O mercado foi pressionado pelos fundamentos baixistas, com ampla oferta global diante de uma safra recorde do Brasil e com outras origens vindo adiante com boas produções, caso de Vietnã e Colômbia.
Além disso, na sessão anterior o arábica em Nova York teve forte queda e Londres subiu. Logo, a sessão desta terça-feira foi de ajuste. Assim, mesmo com NY subindo nesta
terça-feira Londres fechou no vermelho. Fatores técnicos estiveram em destaque, portanto.
Café no mercado físico – saca de 60 kg
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- Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 410 a R$ 415
- Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 415 a R$ 420
- Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 365 a R$ 370
- Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
- Confira mais cotações
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Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso
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- Setembro/2018: US$ 97,95(+0,70 cent)
- Dezembro/2018: US$ 101,80(+0,85 cent)
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Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada
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- Setembro/2018: 1.651 (-US$ 2)
- Novembro/2018: 1.561 (-US$ 5)
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Boi
A alta da cotação da arroba do boi gordo na terça-feira foi limitada pelo consumo abaixo do esperado e somente houve registro de valorizações em duas praças pecuárias.
Segundo a Scot Consultoria, na região do Triângulo Mineiro, a arroba subiu R$ 1 frente ao levantamento do dia anterior, o que significa alta de 2,2% desde o início de agosto. Em São Paulo, a cotação da arroba do boi gordo está em R$ 144, à vista, livre do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) e as escalas de abate atendem em média cinco dias.
Porém, há frigorífico fora das compras, a fim de regular estoques em virtude da dificuldade do escoamento da produção. O mercado atacadista de carne bovina está estável na comparação com o dia anterior a carcaça de bovinos castrados está cotada em R$ 9,05 quilo.
Boi gordo no mercado físico – arroba à vista
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- Araçatuba (SP): R$ 144
- Triângulo Mineiro (MG): R$ 139
- Goiânia (GO): R$ 133
- Dourados (MS): R$ 138
- Mato Grosso: R$ 126 a R$ 129
- Marabá (PA): R$ 128
- Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,70 (kg)
- Paraná (noroeste): R$ 145
- Sul (TO): R$ 131
- Veja a cotação na sua região
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Previsão do tempo para quarta-feira, dia 22
Sul
A frente fria avança para o estado de São Paulo, mas ainda deixa instabilidades espalhadas pelo Sul. Tem previsão de chuva desde o norte do Rio Grande do Sul até o Paraná e com volumes que ainda podem ser expressivos em Santa Catarina e no oeste paranaense.
No centro-oeste do Rio Grande do Sul, o tempo fica firme e, como o sistema de alta pressão avança para o oceano, o frio do amanhecer perde força. Por isso não há mais condição para ocorrência de geada.
No Paraná, a chuva pode ocorrer a qualquer hora do dia, e as temperaturas não devem subir muito.
Sudeste
Uma frente fria consegue avançar até o estado de São Paulo e muda o tempo nas áreas mais próximas ao Paraná e na metade sul do estado. Nessas áreas tem previsão para pancadas de chuva que podem ser de moderada a forte intensidade, mas com acumulados baixos.
Na Baixada Santista e na região metropolitana de São Paulo, a chuva deve ocorrer entre a tarde e a noite, com baixo potencial para trovoadas. Os ventos no litoral sul sopram com intensidade moderada, com rajadas que podem chegar aos 50 quilômetros por hora.
Ainda pode chover fraco no norte capixaba, mas nas outras áreas do Sudeste a quarta-feira será sol e com poucas nuvens, inclusive com baixa umidade relativa do ar no norte paulista e no interior mineiro.
Centro-Oeste
Sol e calor predominam no decorrer da quarta-feira. A umidade do ar novamente preocupa, pois cai para níveis críticos à tarde. Recomenda-se bastante hidratação e evitar atividades ao ar livre nos horários de maior aquecimento do dia.
No oeste e no sul de Mato Grosso do Sul, ainda há previsão de chuva e potencial para trovoadas, mas sem grandes acumulados.
Nordeste
Sol e calor predominam no Nordeste. Há chance de chuva apenas de forma isolada na costa leste nordestina, especialmente no litoral sul da Bahia. Porém ainda com muita nebulosidade e poucos períodos de sol.
Mais uma vez a umidade relativa do ar fica abaixo do ideal para a saúde humana em áreas do interior nordestino.
Norte
O calor segue predominando em todo o Norte. A umidade relativa do ar atinge níveis críticos entre o sul do Pará e o Tocantins.
Pode chover de forma isolada em grande parte da região, mas chuva com bom volume acumulado é prevista apenas no oeste da região Norte.