Embrapa promove rodada de discussão sobre a soja louca em Mato Grosso

Doença causa o afilamento das folhas do topo das plantas e o engrossamento das nervurasA Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) promovem nesta quinta, dia 8, uma rodada de discussão sobre a "soja louca", anomalia que atinge e provoca danos ao vegetal. O encontro, que será realizado na sede da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em Cuiabá, vai reunir cerca de 30 especialistas ligados a instituições de pesquisa, universidades, empresas de consultoria e representa

O objetivo do evento é permitir que cada participante apresente as informações existentes até o momento sobre a soja louca, problema de causa desconhecida que provocou prejuízos econômicos a algumas regiões produtoras de soja, principalmente no norte de Mato Grosso. Segundo relatos colhidos pela Aprosoja, houve indicações de perdas entre 100 a 200 hectares de lavouras por propriedade atingida.

Em virtude do desconhecimento sobre as causas do fenômeno, produtores têm chamado de soja louca plantas com sintomas de haste verde e retenção foliar, tanto em reboleiras quanto em distribuição espacial uniforme. O chefe de pesquisa da Embrapa Soja, sediada em Londrina (PR), José Renato Bouças Farias, diz que a soja louca é uma anomalia complexa que pode estar associada a vários fatores.

? A ideia é estabelecermos um protocolo de pesquisa, que possa auxiliar os pesquisadores no melhor entendimento sobre o problema, para que posteriormente possamos orientar a tomada de decisões a campo ? disse ele.

Sintomas

Segundo os pesquisadores da Embrapa, os sintomas observados na “soja louca” são o afilamento das folhas do topo das plantas e o engrossamento das nervuras. As folhas apresentam uma tonalidade mais escura em relação às sadias. As hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens também apresentam deformações, redução do número de grãos e apodrecimento de grãos. As plantas apresentam alto índice de abortamento de flores e vagens. O abortamento é mais intenso na parte superior das plantas, diminuindo em relação à base, o que impede o processo natural de maturação, fazendo com que a planta permaneça verde no campo.

José Renato Bouças Farias observou que os pesquisadores já levantaram várias hipóteses para entender a origem do problema como efeito de herbicidas; sistemas de semeadura e de produção; a presença de vírus; altas temperaturas; além de pragas e distúrbios fisiológicos e nutricionais.

? No entanto, o desconhecimento sobre as reais causas e condições que provocam esses sintomas ainda não permite o estabelecimento de medidas de controle efetivas ? explicou.

A Aprosoja e a unidade de pesquisa Embrapa Mato Grosso realizarão mais uma rodada de discussão sobre a soja louca, com produtores e técnicos, na sexta-feira, a partir das 8h, no Sindicato Rural de Sinop. Durante a Reunião de Pesquisa de Soja, que será realizada nos dias 10 e 11 de agosto, em Brasília, haverá também um painel entre assistência técnica e pesquisadores para debater todos os aspectos relacionados à ocorrência do problema da soja louca.