A pesquisa foi realizada em estudo de mestrado do estudante da UFLA, Gabriel Castanheira, sob orientação da pesquisadora da Embrapa Café, Stella Delluzete Veiga Franco da Rosa. Segundo ela, o novo processo foi testado em diversas cultivares e diferentes níveis de qualidade. A partir dos resultados, a equipe de pesquisadores envolvida na investigação dará início ao processo de validação do novo teste de germinação de sementes de café e posterior indicação para publicação nas Regras de Análises de Sementes.
A especialista enfatiza a importância dos estudos para o processo de validação da nova metodologia de avaliação de sementes de café e explica que, para propor e legitimar uma nova organização de trabalho, há um longo caminho a ser seguido, desde a definição da metodologia até a verificação de sua validade e eficácia para outras cultivares e diferentes níveis de qualidade. O desenvolvimento e a definição da metodologia foram realizados de 2006 a 2008, durante treinamento na Ohio State University, nos Estados Unidos.
Teste de germinação
O teste de germinação é uma das atividades obrigatórias do Sistema Nacional de Produção de Sementes e Mudas (SNSM). Para café, a avaliação atualmente descrita nas regras oficiais de análises demanda um período de 30 dias. O período é considerado longo, atrasando e onerando a comercialização das sementes e, posteriormente, a formação das mudas.
– A redução do tempo do teste é altamente favorável do ponto de vista técnico, econômico e científico, dando maior flexibilidade, otimização e autonomia às atividades do sistema de produção, bem como às atividades de pesquisa sobre a propagação dessa espécie – explicou Sttela.
A pesquisadora disse ainda que o teste de germinação de sementes de café vem sendo apontado como ferramenta importante no controle de qualidade dos grãos para a produção da bebida. Resultados de estudos recentes comprovam a correlação entre parâmetros químicos e sensoriais com variáveis da qualidade fisiológica e bioquímica dos grãos de café.
– Há evidências de que o teste de germinação poderá ser utilizado como um marcador fisiológico da qualidade de bebida, dando ao produtor uma opção a mais para a tomada de decisão sobre os destinos de lotes do produto, em função da qualidade. Em contrapartida, poderá ser exigido mais do produtor de sementes, inclusive melhores padrões de germinação – afirmou.