Os preços do café no mercado físico se mantiveram em queda durante essa semana. O início da colheita no Brasil pressionou as cotações para baixo, com a saca de 60 kg sendo comercializada a R$ 991.
De acordo com o analista de Mercado e diretor da Pharos Consultoria, Haroldo Bonfá, a Bolsa de Nova York amanheceu o dia com o contrato de julho em 187 centavos de dólar por libra-peso, mas fecharam o dia a 180,30.
“Acredito que o que tenha levado a essa queda seja a previsão de que teremos nos próximos dez dias tempo seco, agilizando, com isso, a colheita que já está em andamento, tanto do conilon, que está bem adiantada, quanto do arábica, que também está em nível adiantado. Isso pressiona os preços para baixo”.
Oferta e demanda de café
O cenário internacional, com previsão de aumento de empregos nos Estados Unidos e a decisão de negociação de dívidas do país acaba trazendo mais dinheiro ao bolso do consumidor internacional e, assim, o apetite pela compra de cafés de melhor qualidade, na opinião de Bonfá.
“É verão no Hemisfério Norte e as pessoas estão saindo e aumentando o consumo de café fora de casa, o que é excelente para o comércio”.
Contudo, o analista destaca que os volumes brasileiros exportados não estão suficientes porque o exterior não possui estoques tão grandes quanto se supunha, o que pressiona os preços para cima.
“A Secex acaba de divulgar o número de embarques de maio, indicando, aproximadamente, 2,5 milhões de sacas, número muito aquém do que normalmente se exporta no mês de maio, segundo o Cecafé. Então temos uma oferta limitada de café pressionando novamente o mercado internacional para o alívio do mercado interno”.
Por conta desses fatores, Bonfá aconselha os cafeicultores a redobrarem cuidados na colheita do café, não permitindo a entrada de grãos verdes para que, assim, ele seja reconhecido com selo de qualidade no mercado internacional.