A publicação revela que 46% das terras gaúchas são ocupadas pela atividade pecuária, e 29%, por usos associados com lavouras. Já as coberturas florestais, associadas principalmente a atividades da lavoura diversificada do pequeno produtor, têm expressão, representando em torno de 14% de ocupação do solo no Estado. Além disso, a utilização de áreas cobertas por água, como as lagoas, representa cerca de 7% do total de usos.
? O RS é um Estado com tradição agrícola, mas que, de uns anos para cá, foi sofrendo transformações ? pontua Celso José Monteiro Filho, coordenador de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE.
Sobre o resultado, o professor da Faculdade de Agronomia da Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e chefe do departamento de solos, Paulo César do Nascimento, avalia que o levantamento mostra a vocação do RS ao setor primário.
? O que trabalhamos na agronomia é como tentar atuar de forma que essa atividade seja desenvolvida em sistemas de produção sustentáveis ? afirma.
O gerente técnico estadual da Emater-RS, Flávio Calcanhoto, acredita que o levantamento servirá também como ferramenta de apoio à extensão rural:
? Qualquer ação desenvolvida no Estado precisa ser planejada. O estudo possibilita uma calibragem entre o uso atual do solo com o uso adequado, com base no zoneamento agroclimático.
De acordo com a coordenadora do projeto, Eloisa Domingues, o resultado é importante para o planejamento e o acompanhamento das mudanças de uso da terra e da cobertura vegetal. Serve também como apoio a análises de conflitos socioambientais, a avaliação do impacto sobre os recursos naturais e de processos de transformação, entre outros.
O Rio Grande do Sul foi o quarto Estado no país com o mapeamento de utilização do solo concluído pelo IBGE depois de Acre, Amapá e Roraima. Para realizar o levantamento, o órgão utilizou várias fontes, entre as quais imagens de satélite dos anos de 2007 e 2008 e pesquisa de campo. A expectativa é de que o estudo seja expandido a todo o país.