De acordo com especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina.
No primeiro quadrimestre de 2011, a relação entre o etanol e a gasolina superou diversas vezes a marca de 70%. Na primeira semana de abril, chegou ao nível de 84,37%, a maior marca da série histórica semanal fornecida pela Fipe e que teve início em 2006. Desde a segunda semana de maio, quando atingiu a marca de 69,69%, voltou, porém, a níveis inferiores a 70%.
Apesar de mostrar uma aceleração ante a relação entre etanol e gasolina da última semana de maio, o número de 63,29% não preocupou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Antonio Evaldo Comune. Tudo porque este ligeiro aumento pode ter, segundo ele, ligação com o comportamento do preço da gasolina, que só no início de junho passou a cair, conforme os levantamentos da Fipe por meio do IPC, enquanto o etanol já havia iniciado processo de queda desde a metade de abril.
De acordo com a Fipe, a gasolina apresentou queda de 1,29% na primeira quadrissemana do mês (período de 30 dias terminado em 7 de junho) ante alta de 2,98% na pesquisa final do mês passado. A baixa no preço do etanol passou de 12,04% no encerramento de maio para 17,83% na primeira quadrissemana de junho. No mesmo período, a alta média da inflação na capital de São Paulo passou de 0,31% para 0,05%, conforme anúncio feito nessa quinta, dia 9, pelo instituto.