A exportação brasileira de café em janeiro alcançou 2,709 milhões de sacas de 60 kg, o que corresponde a uma queda de 11,4% em comparação com o mesmo mês de 2015, segundo levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), divulgado nesta sexta, dia 12. A receita cambial no mês passado caiu 34,05%, para US$ 401,421 milhões, em comparação com US$ 608,631 milhões em janeiro do ano passado. A média dos últimos 12 meses é de US$ 495 milhões.
O presidente do CeCafé, Nelson Carvalhaes, informou que a queda já era esperado, pois as condições climáticas desfavoráveis interferiram na produção, prejudicando diretamente as exportações neste segundo semestre do ano-cafeeiro 2015/2016 (iniciado em julho de 2015).
Carvalhaes ponderou que a expectativa é muito otimista. Segundo ele, o Brasil já representa quase 40% do consumo mundial de café (seja externo ou suprindo a demanda interna). Nos 12 meses entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, o total exportado foi de 36.589.826 sacas, mantendo o bom desempenho.
O CeCafé espera que a partir do início do próximo ano-safra (em julho) a tendência seja de retomada intensa das exportações. “Temos estoques baixos no Brasil, pois tudo que é produzido é vendido. A demanda é crescente e ao longo da próxima década o país precisará produzir cerca de 12 milhões de sacas a mais, pois sabemos que, além do consumo estar em uma curva ascendente, nossa fatia de participação também dá sinais de crescimento, com a média anual de 2,4% do consumo global a mais só nos últimos quatro anos”, acrescentou o presidente do CeCafé.
Carvalhaes salientou, ainda, que um fato que não pode ser esquecido é que a desvalorização do real frente ao dólar impulsionou e colaborou com as exportações em 2015. Os produtores brasileiros vêm trabalhando para produzir cada vez mais, com mais qualidade, para atender a essa e novas demandas”, disse Carvalhaes.
Em janeiro, entre os principais mercados, estão os EUA que consumiram 4,9% mais café brasileiro, a Itália com o incremento de 3,4%, e a Turquia e Eslovênia, que tiveram aumento de 33,7% e 45,2%, respectivamente.
Em relação aos portos de embarque, o de Santos permanece concentrando as exportações, com mais de 2,34 milhões de sacas, equivalentes a 86,5% de todo o café exportado – 6,3% a mais de participação em relação ao mês anterior.