O maior problema não são os números, mas a falta de reação diante deles, uma vez que não há como buscar uma recuperação. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau e Região, Ulrich Kuhn, a queda é resultado da redução na demanda.
? Os mercados estão cobertos, mas todos retraíram suas compras. É um problema de demanda. Os principais parceiros do Brasil são os mercados europeu e norte-americano, os mais abalados pela crise mundial ? explica.
No caso de SC, a Argentina, além da queda na demanda, impõe o sistema de licença não automática, que atrasa a importação naquele país.
? O atraso resultante das licenças não automáticas pode estar mascarando os dados de janeiro ? avalia.
De acordo com Kuhn, reuniões com políticos argentinos foram realizadas para solicitar que o Mercosul fique fora dos procedimentos de licenças não automáticas. Mas há uma tendência mundial de medidas protecionistas.
Enquanto isso, importações de produtos chineses continuam estáveis, com um tímido recuo de 3,7% em janeiro com relação ao mesmo mês de 2008.
? As importações vinham numa curva ascendente e os contratos são de longo prazo. Já as exportações já vinham caindo e continuam com esta tendência, ainda mais acentuada à medida que a demanda é retraída em vários mercados ? explica Kuhn.
Nas importações totais de vestuário, o Brasil teve alta de 53,4%, resultado dos contratos fechados há seis meses, com produtos embarcados em novembro e que chegaram no Brasil em janeiro. Mas devem sofrer redução nos próximos meses.