A produção capixaba de café conilon em 2017 deve ser de 5.915 mil sacas. A estimativa representa acréscimo de 17,5% em relação a 2016. Os dados foram levantados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e entregues à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo o governo capixaba, o bom desempenho do conilon no estado apesar da seca deve-se, entre outros fatores, às ações de pesquisa, assistência técnica e extensão rural desenvolvidas pelo Incaper junto aos cafeicultores. As lavouras vêm sendo renovadas e revigoradas na ordem de 7% a 8% ao ano sob novas bases tecnológicas, com variedades clonais mais produtivas, nutrição adequada, poda, manejo de pragas e doenças e irrigação.
O investimento fez com que a produção aumentasse, apesar da diminuição da área cultivada. Ainda assim, o Espírito Santo é responsável por 62,4% da área total cultivada da variedade no país, com 266,47 hectares cultivados de conilon. Por conta da seca, muitos produtores fizeram podas drásticas nos cafezais e erradicaram as lavouras. Com isso, a área de café conilon em produção no estado diminuiu em mais de 10%.
Efeito da seca
Em 2015 e 2016, houve queda significativa na produção de conilon do Espírito Santo. A seca e a má distribuição das chuvas, principalmente na época de florescimento, formação e enchimento dos grãos, afetou a florada, a fertilização das flores, a quantidade e o desenvolvimento dos frutos. Além disso, provocou queda de folhas e frutos. Grande parte das lavouras de conilon do Espírito Santo são irrigadas, e foram comprometidas por conta da falta d’água nos mananciais associada à proibição de irrigação durante o dia nos longos meses de crise hídrica. Os tratos culturais também foram afetados: a falta d’água provocou a redução das adubações e favoreceu a incidência de ácaros vermelhos, cochonilha da roseta e broca das hastes.
Ao final de 2016, verificou-se a melhora das condições climáticas nas regiões produtoras de conilon. Empreendedor e adaptado a esta realidade, o cafeicultor lançou mão das tecnologias recomendadas pelo Incaper, de maneira que as lavouras de conilon capixabas estão se recuperando da seca e sendo revigoradas.
Arábica
Com relação ao café arábica, a estimativa de safra 2017 prevê uma queda de 25% na produção em relação a 2016. O estado deve colher 2.950 mil sacas. A bienalidade negativa pode ser uma das causas deste decréscimo: após um ano de safra alta, o ano seguinte sofre queda na produção.
Em 2016, o estado registrou recorde na produção de arábica: foram colhidas 3.932,1 mil sacas. O efeito da seca em grande parte das regiões produtoras também influenciou significativamente neste resultado. Assim, o decréscimo significativo estimado na produção de 2017 em relação ao ano anterior pode ser atribuído aos seguintes fatores: alta produção de 2016, o efeito da bienalidade, o déficit hídrico e a má distribuição de chuvas, sobretudo na região sul, onde estão concentrados 40% do arábica do Espírito Santo. Estes fatores provocaram desfolhas nas lavouras, interferências no crescimento da planta e na floração e, consequentemente, na quantidade e no desenvolvimento dos frutos.
Arábica e conilon
A produção capixaba de café caiu em 2017 em comparação à safra registrada em 2016. No geral, a safra 2017 de café no Espírito Santo fechou em 8.865 mil sacas beneficiadas, sendo 35,28% de arábica e 64,72% de conilon. As condições climáticas desfavoráveis atravessadas pelas lavouras de conilon em 2016 e a falta de mudas para plantio levaram a uma forte redução de área, além do ciclo de bienalidade negativa no arábica, resultando numa queda de 1,1% na produção.
O levantamento também indica o tamanho da área em produção no estado: 385.538 hectares. A produtividade média é de 22,9 sacas por hectare, sendo a média de 19,65 scs/ha para o café arábica (150.123 hectares) e 25,13 scs/ha para o café conilon (235.415 hectares).