A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), que representa as indústrias, admite a redução de produção para adequar a oferta à demanda do mercado internacional, entretanto, nega a quantidade de desligamentos apontado pelos trabalhadores.
José Eduardo Santos, secretário-executivo da entidade, afirma que algumas empresas entraram em férias coletivas e outras diminuíram um turno de abate.
? Essa é uma situação que está afetando diversas cadeias em todo o mundo. Estamos nos readequando para tão logo seja possível retomarmos os patamares de produção ? afirma Santos.
Para reverter a atual situação, a indústria espera que os governos federal e estadual anunciem medidas que desonerem o setor. Entre os pedidos, está a criação de uma linha de crédito para capital giro, informa o dirigente.
Segundo José Severo, superintendente substituto do ministério, houve queda na produção gaúcha entre 20% e 25% nos últimos dois meses do ano passado. Apesar do atual cenário negativo em decorrência da crise mundial, os bons índices registrados até setembro devem contribuir para o fechamento de 2008 com crescimento na produção em torno de 7% a 8%.
Darci Pires da Rocha, vice-presidente da FTIA-RS, afirma que, dentre as mil demissões, 80% são da indústria avícola, sendo o restante de demais setores da alimentação, como laticínios.
Na semana passada, o frigorífico Nicolini, que abate cerca de 400 mil unidades por dia e processa carne suína e de frango para a Sadia, anunciou que iria dar férias coletivas nas unidades de Garibaldi e Nova Araçá. A medida foi recomendada pela Sadia, que já havia anunciado em dezembro a realização de paradas temporárias no primeiro trimestre de 2009 para diluir estoques.
? O que nos preocupa são esses anúncios. Qual é a dimensão da crise? ? questiona Rocha.