Terminou na noite desta sexta-feira, 22, no pavilhão do centro de convenções Expominas em Belo Horizonte (MG), a sétima edição da Semana Internacional do Café (SIC), feira de negócios da cadeia produtiva do café e uma das mais importantes do mundo.
A estimativa dos organizadores é que a SIC tenha viabilizado negócios que totalizam R$ 50 milhões, e envolvem insumos (máquinas, defensivos agrícolas, ferramentas) e atividades (torrefação, classificação de amostras, empacotamento e barismo). Ou seja desde a lavoura até o balcão onde é servida a xícara de café, passando pelas prateleiras dos supermercados.
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Mais de 22 mil pessoas estiveram no local entre a última quarta-feira, 20, e o encerramento do evento, sendo 2.000 visitantes provenientes de 40 diferentes países. Esse público pode percorrer os 220 estandes de pequenas, médias e grandes empresas que participaram do evento (20% a mais que em 2018) e participar de 25 eventos que ocorriam diariamente.
Nesta edição no pavilhão do Expominas, a concentração era de empreendedores mineiros, mas também havia expositores paulistas, capixabas e fluminenses e de outros estados fora da região Sudeste (Bahia, Paraná e Rondônia).
Entre as empresas desses sete estados, vieram fazer negócio em Belo Horizonte desde fabricantes de colhedeiras até fornecedores de equipamentos para baristas, que preparam expressos e outros tipos de café em restaurantes e cafeterias. Além do café para beber, era possível comprar cosméticos feitos de componentes do grão e, também, peças de artesanato para servir a bebida ou decorar a casa.
“É a única feira no Brasil que tem essa característica de falar com todos os setores da cadeia produtiva”, explica a curadora da SIC, Mariana Proença. Segundo ela, a feira tem produção coletiva, oferta diversificada de produtos e público de origem global, mobilizados pelo mundo paralelo do café.
Na avaliação de Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária (CNA), a Semana Internacional do Café assume a cada edição função mais estratégica para a criação de alternativas para a venda do produto. “A gente está construindo com bases um outro setor de comercialização. Na pegada direta com compradores nacionais e internacionais, o produtor vira protagonista”. Para Mesquita, a ponte protege da volatilidade do mercado e da especulação das bolsas de valores que negociam commodities.
O melhor café, o melhor barista
A sétima edição da SIC escolheu os melhores cafés do ano (Coffee of The Year Brasil 2019) em duas categorias diferentes. O prêmio de primeiro lugar para o grão do tipo arábica (o mais comercializado no Brasil) foi para o café produzido no sítio Recanto dos Tucanos, no município Alto do Caparaó (sudeste mineiro).
No caso do grão canéfora (também conhecido como robusta ou conilon), ganhou o café produzido pelo sítio Grãos de Ouro, do município Muqui, no sul do Espírito do Santo. A escolha do melhor café foi feita por 3.000 pessoas, a partir da triagem e pré-seleção de juízes provadores especializados. No início da seleção, foram inscritas 500 amostras de café de 21 microrregiões produtoras de todo o país.
O prêmio de melhor barista, escolhido por sete juízes, foi para Leonardo Moço Ribeiro, da cafeteria Moço – em Curitiba (PR).
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e Minas Gerais é ponta de lança do mercado. Especialistas estimam que de cada três xícaras de café servidas em todo planeta, uma tenha origem no cerrado, nas matas ou nas montanhas de Minas. Só no estado, o café gera quatro milhões de empregos diretos e indiretos.
O país também é o maior mercado de café, quando servido quente. Os brasileiros tomam em média sete xícaras de café a cada três dias ou 840 xícaras por ano (365 dias), o dobro dos norte-americanos, o segundo maior mercado consumidor do mundo.