– Esse foi um ano atípico. Devido às condições de preço, o produtor animou as empresas, que procuraram mais a FeniCafé para fazer o seu marketing. Um ano bom que a gente não precisou praticamente correr atrás das empresas para expor o produto – diz.
A mostra é também ponto de debate e difusão de tecnologia para o segmento. No momento em que o produtor se prepara para iniciar a colheita, as lideranças traçam os rumos e políticas para o setor. O desafio do momento é o mercado, de acordo com o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado (FCC), Francisco Sérgio de Assis.
– Nós temos que lembrar que a safra se aproxima e os fundos trabalham muito com especulação. É importante ter pé no chão, participar do mercado, fazer mídia e não arriscar muito, porque tem que respeitar esse trabalho da safra, mas lembrar que os estoques estão muito baixos – aponta.
O centro de debates da FeniCafé fica lotado, crescem as especulações e o produtor vai em busca de informação. Até mesmo as cooperativas estão buscando acompanhar as tendências com gestões mais agressivas.
– As cooperativas estão se profissionalizando. Não só na parte de produção, mas também a gestão corporativa na cafeicultura está mais aprimorada – afirma Ronaldo Scucato, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Sistema Ocemg).
Segundo o presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari, Nivaldo Sousa Ribeiro, produtores, exportadores e representantes do governo querem uma saída em conjunto com adoção de políticas consistentes para que possam ter efeito em momentos de instabilidade no preço do café.
– Nós não podemos chegar na boca de uma safra grande e o governo não ter mecanismo para segurar preços. É fundamental debater entre governo e exportadores para ver qual atitude tomar diante de uma safra grande – aponta.