O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) é liberado normalmente entre julho e agosto, mas foi antecipado neste ano para socorrer os cafeicultores durante a pandemia. Os contratos já passaram pelas 31 instituições financeiras que vão operar com o recurso em 2020 e devem retornar ao Ministério da Agricultura ainda nesta sexta-feira, 5, ficando dependentes apenas da assinatura da ministra Tereza Cristina. A previsão é de que a partir de segunda-feira, 8, o valor estará liberado na conta.
O orçamento liberado para essa safra é o maior de toda a história do Funcafé, somando R$ 5,71 bilhões. De acordo com Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), a notícia vem em boa hora e vai dar mais segurança ao produtor para decidir em que momento comercializar a safra.
“Nós estamos cumprindo o nosso objetivo, que era fazer chegar em tempo recorde o dinheiro para pagamento da folha semanal e também para estocagem de café, não sendo necessário o produtor vender o café enquanto está colhendo e, muito menos, vender o café para o mercado”, comentou.
Ainda segundo a entidade, é previsto que os estoques brasileiros fiquem em torno de 10 a 13 milhões de sacas do grão. “Com isso não haverá concentração de café na oferta e consequentemente deveremos ter preço melhores para os remuneradores”.
Taxa de juros
Os recursos iniciais do Funcafé terão uma remuneração do fundo em torno de 4% e o spread bancário de 3%, não podendo ultrapassar 7% de juros.
No entanto, Silas adianta que o contrato do Funcafe já prevê um ajuste em relação a taxa de juros aplicada no empréstimo assim que o Plano Safra for liberado. “Nós temos uma cláusula em que a partir de primeiro de julho serão aplicados os juros que forem aprovados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é a taxa do Plano Safra. Então, não há nenhuma preocupação em hoje tomar o dinheiro em até 7% e depois, em julho, as taxas serem reduzidas, inclusive essa redução foi uma proposta do Conselho Nacional do Café, em que que há uma remuneração do fundo de até 3% e mais 2,5% para o spread bancário, com um limite de até 5,5%”, diz.