O presidente das Comissão Nacional de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, deve se reunir nesta quinta, dia 12, em Brasília, com o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Rangel, do Ministério da Agricultura, para buscar reverter, mais uma vez, a liberação da importação de grãos verdes de café do Peru.
A medida já havia sido tomada no ano passado, tendo sido suspensa alguns dias depois, após comprovação técnica dos riscos fitossanitários à produção nacional. Segundo Mesquita, a liberação ignora uma série de documentos técnicos apresentados pelo setor produtivo, entidades de pesquisa e de representação, que comprovam a existência, no país vizinho, de pragas exóticas e potencialmente nocivas não apenas ao café, como também a outras culturas agrícolas no Brasil: “Estranhamos muito o retrocesso desta decisão, sem ouvir o setor ou analisar os danos que pode trazer a milhares de cafeicultores em nosso país”, informou ele, por meio de comunicado da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), da qual também é presidente da comissão de cafeicultura.
Eles também devem discutir o reajuste do preço mínimo do café, anunciado na terça-feira. O valor, que não era reajustado desde 2013, passou de R$ 307 para R$ 330,25 para o arábica e de R$ 193,54 para R$ 208,19 no caso do conilon. O aumento de 7,57% , inferior à inflação do período. “Sendo o preço mínimo um parâmetro para todas as políticas públicas que se desenham para o café, é uma irresponsabilidade definir um valor tão fora da realidade e que só prejudicará ainda mais o produtor”, afirmou Mesquita. Segundo ele, a média ponderada do custo brasileiro de produção de uma saca de café é superior a R$ 430, conforme acompanhamento do Projeto Campo Futuro, da CNA.