O preço mínimo do café arábica é o mesmo praticado desde 2013. O conilon, na tabela de 2014, estava cotado em R$ 180,80. De acordo com o analista de mercado Marcus Magalhães, os valores ainda não atendem o produtor.
– Tudo que reajusta é bom. Mas estão muito longe de mostrar a realidade dos custos de produção – lembra.
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No mês passado, produtores de Minas Gerais e São Paulo haviam se posicionado em relação ao preço de R$ 307. O presidente do Conselho do Café da Associação dos Municípios da Microrregião da Baixa Mogiana, Fernando Barbosa, alegou que o governo baseou a cotação no custo de produção.
Segundo Barbosa, com dados da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o custo de produção de café no país de forma manual é de R$ 499, a saca. A lavoura com colheita mecânica e irrigação está em R$ 493, a saca e a mecânica não irrigada, R$ 421 a saca.
– Mais alto que os preços médios praticados nas vendas que estão na faixa de R$ 450 a R$ 460 a saca – declara Barbosa.
Arábica sem reajuste, diz CNC
O presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, considerou decepcionante o preço mínimo do café tipo arábica para a safra 2015, que está em fase inicial de colheita.
– Infelizmente, o preço mínimo do café arábica foi mantido em R$ 307 por saca de 60 kg – comenta.
Com relação ao valor do café robusta, cujo valor cresceu em 7,02%, para R$ 193,54 por saca, frente aos R$ 180,80 anteriores, Silas Brasileiro avaliou que a alta corrige um pouco a defasagem existente.
O dirigente acrescentou que o CNC vai trabalhar junto ao governo federal para que os preços mínimos sejam o mais próximo possível da realidade do campo. Ele observou que o governo pretende traçar comparativos entre a metodologia oficial, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com as utilizadas pelo setor privado, de instituições como o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e Universidade Federal de Lavras (UFLA/MG).
– Para se ter uma melhor apuração dos reais custos de produção e conduzir o preço mínimo da variedade para valores mais próximos à realidade – afirma.
Segundo Brasileiro, o assunto foi discutido em audiência com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Ele lamentou, no entanto, que, isso só será possível para a próxima safra.