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Governo editará duas portarias para tentar conter queda do arroz

Produto vem sendo vendido abaixo do preço mínimo desde dezembro de 2010O governo tomará nos próximos dias duas ações de apoio à comercialização de arroz para tentar, mais uma vez, recuperar ou pelo menos estabilizar o preço pago ao produtor. A informação foi passada nesta quinta, dia 28, pelo secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.

Segundo ele, duas portarias interministeriais, que já receberam o aval da Fazenda, serão publicadas em breve.

? Será até um milhão de sacas que o governo vai retirar do mercado para garantir o preço mínimo para os rizicultores ? disse Bittencourt.

O produto vem sendo vendido abaixo do preço mínimo de R$ 25,80 a saca de 50 quilos desde dezembro do ano passado. O preço pago varia de região para região, mas, em média, a comercialização vem sendo feita na casa dos R$ 20 a saca.

Uma das portarias tratará de subvenção a contratos de opção privada para até 500 mil sacas. O documento, que está sendo produzido pelos ministérios da Fazenda e da Agricultura, prevê que a iniciativa privada pague o preço mínimo. Há cerca de 15 dias, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reclamou que a fraca demanda por parte do setor privado pressionava as cotações.

Para Bittencourt, no entanto, a indústria e o setor de beneficiamento poderão ter interesse na compra a ser subsidiada pelo governo.

? Houve conversas com o setor industrial; além disso, o governo estará bancando a diferença (do preço de mercado para o preço mínimo) ? argumentou.

Outra portaria, que será assinada pelos ministros da Fazenda, Agricultura e também do Planejamento, permitirá que o governo compre até 500 mil sacas de arroz para incrementar seus estoques. Conforme o secretário, o governo pretende gastar cerca de R$ 60 milhões com a subvenção e mais R$ 300 milhões para aquisição própria.

CMN

O Conselho Monetário Nacional (CMN) permitiu nesta quinta, dia 28, a prorrogação de até 100% do saldo devedor das operações de Empréstimo do Governo Federal (EGF), um financiamento voltado para a estocagem do arroz já no armazém, da safra 2009/2010, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

? Em fevereiro, o CMN aprovou a prorrogação de até 80% do EGF. Agora, como os preços não reagiram como o governo esperava, estamos permitindo que seja de até 100% ? explicou Bittencourt.

O CMN adotou a medida tendo em vista que os produtores desses dois Estados estão encontrando dificuldades para liquidar o EGF devido às perspectivas de safra cheia em 2010/2011 nos países do Mercosul, à colheita na região Sul e à estabilidade do consumo doméstico, o que prejudica a recuperação dos preços.

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