Nos últimos dias, a tensão e o risco de um novo confronto envolvendo assentados, madeireiros, caminhoneiros e famílias que, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), vivem ilegalmente na área, levou o governo paraense a reforçar o policiamento militar na cidade.
Localizado a 50 quilômetros do centro de Anapu, o assentamento Esperança se tornou mundialmente conhecido quando, em 2005, a missionária católica norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros por assassinos de aluguel. Dorothy foi uma das idealizadoras do projeto de destinar terras para que trabalhadores rurais desenvolvessem projetos sustentáveis na Amazônia.
O governo será representado pelo ouvidor agrário nacional e presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, desembargador Gercino Silva Filho, e representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e do Incra.
Nesta quarta, dia 19, seis dias após assentados terem interditado rodovias vicinais que dão acesso ao Esperança em protesto contra a falta de fiscalização da atividade madeireira e com a ameaça de um grupo de famílias fecharem a Rodovia Transamazônica em protesto contra o que consideram excessivo rigor ambiental, 12 agentes da Força Nacional e homens da Polícia Federal foram enviados a Anapu a fim de conter eventuais confrontos.
Os assentados exigem a instalação de guaritas de controle para conter a entrada de madeireiros e caminhoneiros na área do projeto. Na última segunda, dia 18, a superintendente regional do Incra de Santarém (PA), Cleide Antônia de Souza, esteve no local e prometeu avaliar as implicações legais de criar ao menos dois postos de vigilância com a presença de seguranças armados particulares, iniciativa já em colocada em prática em outro assentamento de Anapu. A resposta deve sair em 60 dias.