Com a resolução, os produtores terão que adotar as técnicas indicadas pelo documento e poderão sofrer penalidades caso não sigam as orientações. O que o agricultor deve fazer, a partir de agora, é um planejamento conservacionista para sua propriedade, sob a orientação de um agrônomo capacitado.
Apesar de não haver índices oficiais sobre prejuízos com a erosão no Paraná, os especialistas afirmam que as visitas a campo comprovam o problema. A resolução foi assinada pelo governador do Estado, Orlando Pessuti, e já está em vigor.
O plantio direto na palha foi implantado no Paraná na década de 1970 como uma solução importante para a saúde do solo. Dez anos depois, não se falava mais em erosão no estado. Mas, o produtor foi aos poucos abandonando outras técnicas, como o terraço. Agora, os especialistas voltam a alertar: a erosão está voltando no Paraná porque, apesar de 90% da área plantada no Estado ser no sistema de plantio direto, somente esta técnica não é suficiente para evitar danos ao solo e ao meio ambiente.
? Quando a gente pensa em perda de solo, a gente imagina só solo, mas são vários componentes. Está indo junto com o solo a água, que você vai precisar depois na cultura, a cultura demanda água o tempo inteiro. O terraço segura essa água. Quando a água vai por cima do solo ela não infiltra no solo, a função de filtro do solo não é cumprida. A água que chega lá embaixo não está filtrada. Você tem uma água carregando nutrientes, carregando agrotóxicos, carregando muitas vezes sementes. E, além disso, ela está poluindo ? explica o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), João Henrique Caviglione.
No terraço, os morros de terra funcionam como pequenas, mas eficazes barreiras nas lavouras. Já o plantio direto adequado envolve três pontos básicos: o revolvimento mínimo do solo, a qualidade da cobertura, ou da palha, e a rotação de culturas. Esta última poucos produtores adotam em sua rotina de manejo.