O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) começaram a operar nesta semana o Alerta Geada, uma ferramenta que auxilia os produtores a decidir sobre a adoção de medidas de proteção das lavouras de café contra o fenômeno.
A pesquisadora Heverly Morais, do Iapar, orienta os cafeicultores que têm lavouras com idade entre seis e 24 meses a amontoar terra no tronco – até o primeiro par de folhas, dos cafeeiros ainda em maio, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelo pessoal ligado à cafeicultura.
A proteção deve ser retirada no fim do período frio, em meados de setembro. “Se isso não for feito, as plantas podem sofrer danos por afogamento do caule, lesões provocadas por altas temperaturas”, explica a pesquisadora.
A recomendação para os plantios novos, com até seis meses de idade, é simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica.
Nos dois casos – lavouras novas e viveiros, a proteção deve ser retirada rapidamente, logo que a massa de ar frio se afaste e cesse o risco imediato de geada, enfatiza a pesquisadora.
Entre maio e setembro, os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do estado. Quando há aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, um pré-alerta é emitido por e-mail ou SMS a extensionistas, técnicos e produtores cadastrados, além da divulgação na imprensa e redes sociais. Se as condições para formação de geadas persistem, um novo aviso, este de ratificação, é expedido em até 24 horas antes da ocorrência prevista para o evento. Interessados em receber os avisos por e-mail ou “torpedo” no celular devem preencher um cadastro, disponível no endereço eletrônico do Iapar.
A cafeicultura ocupa cerca de 50 mil hectares no Paraná. A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 10 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares. A produção esperada é de 1,1 milhão de sacas beneficiadas em 2016.