Após a execução das lideranças, que denunciavam a exploração ilegal de madeira na região, o Ibama decidiu reforçar a fiscalização em Nova Ipixuna. Pelo menos 20 agentes foram deslocados de outras frentes de operações na Amazônia para a região.
Na primeira madeireira vistoriada, o Ibama encontrou irregularidades no sistema de comercialização. Apesar de estar com o pátio vazio, a A M.P. Torres Ltda tinha 348 metros cúbicos de madeira registrados no sistema eletrônico que controla a comercialização de produtos florestais no Pará, o Sisflora. Com o crédito, a madeireira poderia desmatar ilegalmente e vender a madeira como produto legalizado. A empresa foi multada em R$ 108 mil.
Na Madeireira Bel Monte Ltda, os fiscais encontraram uma diferença ainda maior entre a madeira no pátio e a registrada no Sisflora. Segundo o Ibama, a empresa possuía 48 metros cúbicos de madeira no estoque, mas registrava mais de mil metros cúbicos em créditos ativos no sistema. A madeireira foi multada em R$ 430 mil. Entre 1997 e 2010, a mesma empresa já foi atuada dez vezes pelo Ibama.
Além das madeireiras, os agentes fiscalizam atividades ilegais dentro do assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira, onde viviam os agricultores assassinados. Desde sábado, dia 28, o Ibama destruiu fornos ilegais de carvão e multou assentados que se associaram a madeireira para exploração irregular da floresta.
José Cláudio e Maria do Espírito Santo foram executados a tiros na última terça, dia 24, em uma emboscada em uma estrada vicinal que leva ao assentamento. A Polícia Civil do Pará está investigando os crimes, mas ainda não apontou suspeitos.