Segundo o órgão, o plantio de lavouras é uma alternativa para recuperar áreas e ainda reduzir os custos ao produtor. A degradação do solo pode prejudicar a produção agrícola, favorecer o aparecimento de espécies invasoras e diminuir a cobertura vegetal, ocasionando erosão por chuva ou vento.
? A integração otimiza o uso do solo, com a produção de grãos em áreas de pastagens e melhora na produtividade pela renovação, ao aproveitar a adubação residual da lavoura, com maior ciclagem e incremento da matéria orgânica ? explica o técnico da Divisão de Agricultura Conservacionista do Ministério da Agricultura, Maurício Carvalho.
A ILPS é empregada em diferentes sistemas de produção de grãos, fibras, madeira, carne, leite e agroenergia realizados na mesma área.
? É uma alternativa para o produtor rural porque oferece oportunidade para a diversificação das atividades econômicas e sustentáveis na propriedade ? afirma ele.
Carvalho também explica que, há três anos, o Ministério da Agricultura desenvolve o ILPS em dez Estados, a maioria no bioma cerrado.
? Nessas áreas, a degradação ocorre mais rapidamente que em solos de maior fertilidade, como os do Sul do país. Por isso, são realizados cursos de capacitação, publicação de materiais explicativos e políticas de crédito para que o produtor consiga recursos para adequação ao sistema.
O pecuarista Sebastião Conrado adota o sistema de ILPS na sua propriedade em Cristalina, interior de Goiás. Com mais de duas mil cabeças, Conrado cultiva soja, milho e feijão, intercalados com o plantio de pastagens, a cada dois anos.
? Quando comecei a investir, ninguém conhecia os benefícios do sistema. Hoje garanto que, além de ser mais uma opção de renda, tenho pastagens da melhor qualidade e maior produtividade dos animais ? garante.
Ao investir em cultivo de grãos, o criador pode pagar, pelo menos em parte, os custos de recuperação das áreas degradadas, com aproveitamento dos nutrientes residuais das lavouras de forrageiras.
Para estimular a recuperação de pastagens, o Ministério da Agricultura criou o Programa de Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa). A iniciativa oferece linha de crédito de investimento para adoção de sistemas de produção agropecuária, que respeitam a legislação ambiental. Os limites de crédito chegam a R$ 400 mil, com juros de 5,75% a 6,75%, por beneficiário. O prazo de reembolso varia de 5 a 8 anos, dependendo da área de atuação.