? Nós estamos um pouco decepcionados porque, na verdade, o governo só recebeu a nossa pauta. Todos os pontos que têm na pauta já foram previamente conversados, discutidos, negociados, acordados e todos com compromissos assumidos pelo governo. E hoje eles receberam como se fosse uma pauta nova ? disse a integrante da coordenação do MST, Marina dos Santos.
Os trabalhadores querem a liberação de R$ 800 milhões congelados no orçamento da União para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) realizar a reforma agrária; o assentamento imediato de 90 mil famílias, além de medidas para tornar mais rápido o processo de desapropriação de fazendas improdutivas.
Representantes do governo vão se reunir novamente com as lideranças do MST na próxima semana. O objetivo é continuar discutindo uma solução para atender as reivindicações do movimento. O foco das negociações deve ser a revisão dos índices de produtividade.
? Da nossa parte está pronto, eu tenho vontade de assinar, o trabalho está realizado. Depende de uma decisão política de fazer. Por mim eu assino hoje. Mas o presidente está coordenando esses entendimentos. É uma portaria assinada por mim e pelo ministro Reinhold Stephanes. Assim que o ministro Stephanes se dispuser a assinar e fazer as costuras políticas necessárias, a gente publica os novos índices de produtividade. A minha expectativa é que no prazo mais curto de tempo a gente consiga superar esse problema, que é um problema importante para reforma agrária ? afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
De acordo com o ministro, não há como assentar 90 mil famílias ainda este ano, porque os recursos para compra de terras já foram utilizados. Sobre o bloqueio temporário de recursos para a reforma agrária, Cassel explicou que o corte foi feito em todas as áreas do governo, por causa da crise econômica, e a retomada do dinheiro depende de uma decisão da equipe econômica.
As lideranças do movimento afirmam que vão permanecer em vigília até obter uma resposta positiva do governo. As mobilizações, realizadas em 23 Estados e no Distrito Federal, devem continuar até o dia 21 de agosto.