Analistas privados citados hoje pelo jornal Perfil, de Buenos Aires, coincidiram em afirmar que a fuga destes fundos foi uma “conseqüência direta” do conflito do governo com o campo, “que disparou uma troca de pesos por dólares”. Segundo relatório da empresa de consultoria “Econométrica”, a saída de capitais privados chegou a US$ 7,2 bilhões entre abril e junho. Nesse período ocorreram no país várias greves comerciais e bloqueios de estradas pela briga entre os produtores agropecuários e o governo pelos impostos móveis às exportações de grãos.
Já a crise financeira gerada nos Estados Unidos provoca um movimento de capitais em sentido contrário. De acordo com um relatório publicado pelo jornal Clarín, de Buenos Aires, apesar de os argentinos ainda terem entre US$ 120 bilhões e US$ 150 bilhões fora do país, muitos dos que tinham dólares depositados no exterior começaram a repatriá-los nos últimos dias pela aversão ao risco. Outros, afirmou o periódico, se refugiaram em ativos físicos, mediante a compra de imóveis, um negócio que se reativou nos últimos dias, segundo fontes do setor.