Essa é a taxa média mais baixa desde junho de 1994, quando o Banco Central (BC) iniciou a série histórica de acompanhamento dos juros do sistema financeiro nacional (SFN).
Os dados foram apresentados nesta terça, dia 29, pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ao divulgar o Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro.
Ele se mostrou confiante de que os juros continuarão em trajetória de redução no ano que vem, por causa principalmente da gradativa queda do spread bancário (diferença entre os juros que o banco paga na captação de dinheiro do cliente e os juros cobrados na concessão de empréstimos).
Altamir Lopes disse que o cenário atual é de “mais facilidade de acesso ao crédito”, que, segundo ele, retornou à normalidade anterior à crise financeira internacional. Mencionou também a queda do spread bancário, de 26% para 25,1% na comparação com outubro, além da “acomodação” da inadimplência, que caiu 0,1 ponto percentual no mês passado, com taxas de 3,9% nas operações com pessoa jurídica e de 8,1% com pessoa física.
Segundo Lopes, “o que se espera para 2010 é um quadro de redução gradativa da taxa de juros, por força de reduções do spread e da inadimplência”, apesar de algumas modalidades de operações financeiras insistirem na cobrança de juros altos, até mesmo com elevações de suas taxas, na contramão da movimentação financeira como um todo.
É o caso das operações com cheque especial, cujos juros aumentaram de 160% ao ano, em outubro, para 163,3% ao ano, no mês passado; ou do financiamento do comércio varejista, que elevou os juros de 50% para 51,8% na mesma base de comparação, quando se aproximava o final do ano, tradicional época de aumento de consumo. Os juros para pessoa física foram compensados pela queda no crédito pessoal, de 45,7% para 43,6%, e na aquisição de veículos, de 25,6% para 25,3%.
Nas operações com pessoas jurídicas, houve reduções nos juros cobrados nos descontos de duplicatas (de 40,9% para 37,5%) e de promissórias (de 53,4% para 47,7%), bem como no capital de giro (de 31,1% para 29,1%). Em contrapartida, aumentaram nas modalidades de empréstimo para aquisição de bens (de 15,4% para 16,4%) e nas operações de conta garantida (de 78,9% para 82,1%).