Em dezembro do ano passado, a empresa havia anunciado ações para suportar a turbulência global, mas descartava demissões. Há alguns dias, obrigou-se a demitir, mas até então, pretendia não adotar as medidas em Santa Catarina.
A Klabin conta com cerca de dois mil funcionários em cinco unidades instaladas em quatro cidades do Estado ? duas em Lages, uma em Itajaí, uma em Otacílio Costa e uma em Correia Pinto ? e foi nesta última, durante reunião realizada nessa quinta, na Câmara de Vereadores, que o diretor do grupo em SC, Sadi Carlos de Oliveira, falou a autoridades e empresários do setor.
Sadi reiterou as suspensões de investimentos, reduções de custos e revisões de contrato, antes anunciadas pelo diretor-geral da empresa, Reinoldo Poernbacher, a fim de manter a sua disponibilidade de caixa, hoje em R$ 1,7 bilhão, contra R$ 2,1 bilhões em dezembro.
Volume do corte não foi divulgado
Ele admitiu que entre a série de medidas adotadas para combater a crise está a demissão de trabalhadores nas unidades catarinenses, ainda que sem divulgar o número de pessoas afetadas.
Com um prejuízo líquido de R$ 349 milhões em 2008 ? provocado pela desvalorização do real frente ao dólar ? contra um lucro líquido superior a R$ 600 milhões em 2007, a Klabin demitiu neste mês todos os 118 funcionários da fábrica de Ponte Nova (MG). Os investimentos, que em 2008 chegaram a R$ 587 milhões, devem ficar pela metade em 2009, e o endividamento bruto, que era de R$ 4,1 bilhões no fim de 2007, atingiu R$ 5,4 bilhões no fim de 2008.
Sadi nega que a Klabin deixará de adquirir e contratar junto às empresas do setor de base florestal da Serra Catarinense por um longo tempo, mas o momento é de total cautela.