Pelo terceiro ano consecutivo, o consumo de café excedeu a produção em 2016/2017, de acordo com dados da Organização Internacional do Café (OIC). A OIC informou que a demanda ficou 1,2 milhão de sacas acima da oferta no período, por meio do relatório mensal divulgado na quinta-feira, dia 12.
“Apesar disso, o mercado continua bem abastecido pelos estoques acumulados durante os anos de superávit em 2012/2013 e 2013/2014″, diz a OIC. Os estoques dos países importadores alcançaram 25,4 milhões de sacas ao fim de junho de 2017, o nível mais alto desde junho de 2009, o que minimiza qualquer preocupação para o abastecimento de curto prazo.”
Depois de dois meses de queda, as exportações globais em agosto permaneceram estáveis em 9,9 milhões de sacas, mas 8,4% menores do que em agosto de 2016. O volume exportado durante os 11 meses da safra 2016/2017 subiu 5,8%, para 113,3 milhões de sacas, 6,2 milhões de sacas a mais do que em igual período do ano anterior. Os embarques de arábica durante os primeiros 11 meses cresceram 9% comparados com igual período do ano anterior, alcançando 71,7 milhões de sacas, enquanto os de robusta subiram 0,8%, para 41,6 milhões de sacas.
A produção global de café em 2016/2017 deve alcançar 153,9 milhões de sacas, um aumento de 1,5% ante 2015/2016. A produção de arábica deve crescer 10,2%, para 97,3 milhões de sacas, e a de robusta, recuar 10,6% para 56,6 milhões de sacas.
A oferta brasileira em 2016/2017 é estimada agora em 55 milhões de sacas, alta de 9,2% quando comparada com a temporada anterior, com os cafezais se recuperando após dois anos de seca. No acumulado dos 11 meses do ano safra, as exportações brasileiras recuaram 7,3%, para 29,3 milhões de sacas. Com o consumo no país estável em 20,5 milhões de sacas, o estoque deve atingir 1,03 milhão de sacas. “O clima mais seco em agosto deste ano pode potencialmente reduzir a produtividade em 2017/2018, principalmente para os cafezais mais novos.”
Preços
O valor diário do preço indicativo composto da OIC passou de 120,71 centavos de dólar, no dia 6 de setembro, para 128,95 centavos de dólar no dia 28. A média mensal foi de 124,46 centavos de dólar, 2,9% abaixo da média de agosto. Os preços dos três grupos de arábica caíram.