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Café

MG: secretaria sugere 'postergação voluntária' da colheita do café

Segundo a pasta, além de ajudar a minimizar a propagação do coronavírus, medida pode beneficiar produtores com melhor qualidade e peso nos grãos

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais fez recomendações específicas para a colheita do café, que deve acontecer de maio a setembro.

A primeira delas diz respeito ao início dos trabalhos de campo, que geralmente começam quando a planta tem de 80% a 90% de grãos maduros. Segundo documento, “uma excepcional e voluntária postergação do início da colheita por um período de 15 a 20 dias” pode ser uma alternativa para o produtor, gerando ganhos na qualidade e no peso do produto.

Segundo o assessor técnico especial da Seapa, Niwton Castro Moraes, “um atraso na colheita pode propiciar que a covid-19 tenha sua curva amenizada e as operações ocorram em um ambiente de quase normalidade. É uma hipótese a ser avaliada por cada cafeicultor”.

Sobre os deslocamentos de colhedores entre municípios mineiros, o comitê esclarece que o produtor deve verificar, antecipadamente, se há restrição de trânsito intermunicipal. Já houve deliberação pela flexibilização do trânsito interestadual, mas alguns municípios ainda mantêm restrições para a saída e entrada de veículos de transporte de passageiros, incluindo trabalhadores rurais.

Em relação à contratação de funcionários, os agricultores não devem recrutar pessoas pertencentes aos grupos de risco até que as autoridades sanitárias suspendam as restrições impostas para o trabalho delas em ambiente coletivo. No caso dos indivíduos com sintomas aparentes da covid-19, a orientação é providenciar o imediato isolamento e a comunicação aos profissionais de saúde locais.

As orientações são de que todos os trabalhadores devem ter a temperatura medida por termômetro de testa sem contato e aqueles que, por ventura, apresentarem estado febril não devem participar das funções.  “O objetivo é preservar ao máximo a saúde dos trabalhadores e minimizar os impactos da pandemia na safra de café. Acreditamos que, se as orientações forem seguidas, teremos um saldo positivo”, avalia a secretária Ana Valentini.

Proteção nas fazendas

As propriedades estão obrigadas a afixar em pontos estratégicos orientações para a higienização das mãos, de forma permanente, com álcool 70%, água e sabão, especialmente em locais com maior fluxo de pessoas, como refeitórios e alojamentos. Aquelas que oferecem refeições devem fazê-las em marmitas.

Outras orientações devem ser seguidas rigorosamente além da higienização pessoal. Os ambientes devem estar sempre limpos e esterilizados, respeitar as normas de distanciamento mínimo e ventilação natural. Para evitar aglomerações nos horários das refeições, deve-se fazer um escalonamento em pequenos grupos de pessoas.

Os banheiros dos trabalhadores também devem contar com a disponibilidade de água e sabão para higienização, além de serem ambientes com boa ventilação.

Os equipamentos devem ter cuidados especiais, sendo higienizados diariamente e a utilização por outras pessoas deve ser previamente autorizada após a devida higienização. Itens de uso pessoal e de proteção individual devem ser separados e identificados com o nome do trabalhador.

Na derriça do café, seja manual ou com derriçadeiras, a orientação é que cada fileira seja colhida pelas mesmas pessoas, considerando-se a distância social mínima de 2 metros. O pagamento da colheita deve ser feito de maneira escalonada ou ao longo da semana ou do dia, de forma a evitar filas e aglomerações.

Cuidados no transporte de trabalhadores

O comitê também alterou a deliberação recente sobre a proibição do transporte interestadual coletivo de passageiros no território do estado. Agora, o veto não se aplica às hipóteses de transporte de trabalhadores para as atividades agrossilvopastoris e agroindustriais.

No entanto, o transporte deve cumprir algumas determinações. Dentre elas, a limitação da lotação à capacidade de passageiros sentados, a realização de limpeza minuciosa e diária dos veículos, a higienização do sistema de ar-condicionado, a manutenção de janelas destravadas e abertas de modo a possibilitar a plena circulação de ar e a disponibilização de informações sobre higienização e cuidados para contingenciamento da pandemia da covid-19.

A situação epidemiológica é dinâmica e as medidas adotadas têm sido constantemente atualizadas e divulgadas em canais institucionais como o site da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a Plataforma IVIS/Ministério da Saúde. 

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