O anúncio de novos incentivos ao carro elétrico foi suspenso na terça-feira por oposição do ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento). A cerimônia foi cancelada à última hora. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu novos estudos sobre o tema, e a definição está adiada até meados de junho.
? Estamos tocando o desenvolvimento do carro elétrico independentemente dessa decisão, temos dinheiro dos fundos setoriais, mas precisamos de mais ? argumenta Sergio Rezende, numa referência aos incentivos fiscais que estavam para ser anunciados pelo colega Guido Mantega (Fazenda). Sobre o incidente de terça-feira, comentou:
? Houve falta de acordo. O carro flex é importante e não vai deixar de ser, o carro elétrico é para daqui a 10 anos ? argumentou o ministro, sugerindo que o motivo da resistência ao carro elétrico é a defesa da tecnologia dos veículos a álcool, desenvolvida no país há 30 anos.
Os carros flex já representam mais de 30% da frota nacional. Sobre o dinheiro já investido no novo projeto, Rezende cita os R$ 10 milhões destinados à rede de centros de inovação em tecnologias, uma das linhas do Sistema Brasileiro de Tecnologia. O projeto conta com outras linhas de financiamento para o desenvolvimento de baterias de sódio, por exemplo. As baterias são o grande desafio tecnológico, na avaliação do MCT. Atualmente, os modelos estrangeiros usam baterias de lítio, que o Brasil não produz e cuja fabricação é dominada por empresas asiáticas.