Modelo ajuda Belo Monte a sair do papel

Previsão é que o terreno destinado ao reservatório seja inundado em junhoAs discussões sobre licenciamento ambiental para as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, aproveitando as águas do Rio Xingu, no Pará, ainda não terminaram. No entanto, a cerca de 3,2 mil quilômetros de distância, o trabalho está acelerado e a previsão é que o rio comece a correr e o terreno destinado ao reservatório seja inundado pelas águas em meados de junho.

Ele é feito por um grupo de funcionários do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), em Curitiba, que se debruça sobre o modelo que servirá para os estudos hidráulicos de construção da usina.

? O principal objetivo é ver como a água vai se comportar naquela obra ? disse o professor da Divisão de Hidráulica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do Lactec, André Fabiani.

O trabalho é a base para a construção das ensecadeiras (barragens provisórias para desviar o rio enquanto as obras são realizadas). Mas também permite analisar possíveis consequências ambientais e saber até onde as águas do reservatório podem chegar, antecipando decisões que, do contrário, somente poderiam ser tomadas depois de as obras estarem em andamento.

A parceria para que o Lactec desenvolvesse o projeto foi firmada no ano passado. Este deve ser um dos maiores trabalhos a serem elaborados nos 52 anos do Departamento de Hidráulica e Hidrologia do Lactec.

Treze projetos já implementados que enchiam um pavilhão de 3,5 mil metros quadrados foram retirados e nele se reproduz o reservatório e o vertedouro do sítio Pimental, um dos que compõem o complexo. O outro é o sítio de Belo Monte, com a principal casa de força, cuja miniatura será construída em um barracão anexo. A previsão é que os testes nos modelos de Pimental e de Belo Monte estejam concluídos até o fim do próximo ano.