Há 20 anos, quando deu início à produção de leite no interior de Minas Gerais, seu José Ferreira trabalhava com o sistema manual e empregava três funcionários. Com a mecanização da atividade, teve que ir em busca de mão de obra qualificada. A tecnologia permitiu aumentar a produção, mas o número de empregados foi reduzido em cerca de 20%.
? Pra você ser competitivo tem que buscar tecnologia. As pessoas que não buscam vão ficar pra trás, é uma necessidade dia a dia melhorar rebanho, manejo assistência técnica todo este processo faz parte pra você ser competitivo ? diz o produtor José Ferreira.
O caso de Ferreira mostra a tendência do setor rural brasileiro. Segundo o IBGE, a modernização no campo exige qualificação da mão de obra. Quem não acompanha essa evolução corre o risco de perder o emprego. Mas o lado bom dessa história é o aumento do número de carteiras assinadas e da renda do trabalhador especializado.
De acordo com a nova Pesquisa por Amostras de Domicílio, de 2007 para 2008, caiu o índice de pessoas ocupadas com o serviço do campo. Em 2007, 18,4% dos empregados no Brasil trabalhavam na área rural. No ano passado, o percentual se igualou ao do setor de comércio, com 16,1 milhões de trabalhadores rurais, a maioria deles moradores do sudeste e centro-oeste do país.
E, pela primeira vez, mais da metade das casas do meio rural possui telefone. O acesso à luz elétrica também se expandiu. Em 2007, 89% das casas no campo tinham energia. No ano seguinte, eram mais de 90% .
? Essa qualificação maior que ele possui, possibilita a ter um trabalho de uma remuneração maior, associado também a empresas de agronegócio, que começam a se instalar nessas regiões, absorvendo pessoas dessas regiões ? afirma a analista da Pnad Adriana Beringuy.
Para desenvolver a pesquisa, os técnicos do IBGE ouviram 391 mil pessoas em todas as regiões do país.