Famílias de quatro ou cinco pessoas, a maioria formada por jovens de até 30 anos com o primeiro grau incompleto. Esse é o perfil de quem vive nos quase nove mil assentamentos da reforma agrária. Boa parte da renda vem da atividade leiteira e da produção de milho e feijão. A pesquisa feita pelo Incra mostra que a educação ainda é precária.
Pelo menos 16% não são alfabetizados, 42% cursaram da primeira à quarta série. Mas menos de 1% concluiu o ensino superior. O acesso à água, em geral, é bom. 79% das famílias afirmam ter água suficiente, realidade que é diferente da do Nordeste, onde 35% estão insatisfeitos. 76% têm energia elétrica nos lotes. Quanto às condições das estradas e vias de acesso aos assentamentos, 57% estão descontentes, principalmente no norte e nordeste. E 56% reclamam da falta de serviços de saúde.
O que mais chama atenção no levantamento é que a qualidade de vida de quem passou a ter um lote melhorou. Mais de 70% dos entrevistados aprovam a moradia que tem hoje e dizem que não querem sair do campo.
? As condições de vida dos assentados, em relação à vida deles anterior, melhoram. Produzem, tem moradia, tem acesso à energia, água, estradas e infraestrutura ? disse o presidente do Incra, Rolf Hackbart.
Apesar do cenário positivo, o Incra reconhece que ainda existem problemas.
? Um assentamento reflete a realidade da região e do país. Nós precisamos investir muito ainda em saúde e educação nos assentamentos ? avaliou Hackbart.
O levantamento completo está disponível no site do Incra.