Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está buscando soluções para a dificuldade de enraizamento em alguns clones de café conilon, uma condição que compromete o crescimento e a produtividade das plantas.
Os pesquisadores do Incaper, na Fazenda Experimental de Linhares, estão testando o uso de hormônios vegetais, conhecidos como auxinas, para ajudar as mudas a desenvolverem raízes mais robustas.
A pesquisa já identificou fórmulas e doses específicas desses hormônios que aumentam o crescimento das raízes. Atualmente, a equipe está avaliando quais tipos de auxina são mais eficientes.
Um dos testes realizados mostrou que mergulhar a base das estacas de café por três horas em ácido indol-3-butírico (AIB) melhora a qualidade das mudas dos clones A1 e 153 do cafeeiro conilon.
No entanto, esse tratamento também bloqueou o crescimento da parte aérea das plantas. Para contornar esse problema, os pesquisadores combinaram o uso dos hormônios com um biofertilizante que ajuda no desenvolvimento da parte aérea.
Após testar essa tecnologia em três ensaios, os resultados foram promissores, com definição das doses corretas e o tempo de aplicação ideal para maximizar os benefícios dessa abordagem.
A próxima etapa será ensinar os viveiristas locais a aplicarem essa nova técnica, com a ajuda dos técnicos do Incaper. O objetivo é capacitar os viveiristas para que possam implementar essa estratégia em suas produções de mudas de café conilon.
“Conseguindo melhorar a qualidade das mudas que chegam aos produtores rurais, estaremos contribuindo para fortalecer a sustentabilidade e a produtividade da cafeicultura em nossa região”, diz Sara Dousseau.
A pesquisa é desenvolvida com recursos do Consórcio Pesquisa Café, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
No projeto, estão envolvidos bolsistas do Programa Institucional de Iniciação Científica e Tecnológica (ProICT) do Incaper (Antonio Henrique Pasqualetti Ferreguetti) e do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal do Espírito Santo (Ana Júlia Câmara Jeveaux Machado). As bolsas são concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).