Petrobras vai manter negócios na área internacional sem aumento nos investimentos, diz diretor

Plano mantém tendência do planejamento estratégico anteriorA Petrobras deve manter, nos próximos anos, sua linha de atuação na área internacional, sustentando os negócios já existentes, mas sem grande crescimento. A afirmação foi feita nessa segunda, dia 30, pelo diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa, em entrevista à imprensa, durante o evento Rio Investors Day.

Segundo Barbassa, o novo plano de negócios ainda não foi fechado, mas deve manter a tendência do planejamento estratégico anterior, que destina 5% dos negócios da empresa para a área internacional.

Barbassa explicou que, na medida em que tomou conhecimento do potencial do pré-sal, o plano de negócios da Petrobras reorientou a parte do investimento internacional, que deixou de crescer e passou a ser concentrado em pontos de maior interesse da companhia, como águas profundas, Costa Oeste da África e Golfo do México. Segundo ele, são áreas com maior potencial e maior adesão ao nível de conhecimento e à tecnologia desenvolvida pela empresa.

Na entrevista, Barbassa também disse que a Petrobras está conseguindo reduzir custos na perfuração de poços da camada pré-sal, com a redução do tempo gasto para o trabalho. Ele informou que o primeiro poço perfurado no pré-sal custou US$ 250 milhões (cerca de R$ 400 milhões). Agora, há poços sendo perfurados ao custo de US$ 100 milhões (cerca de R$ 160 milhões).

De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, a empresa está estudando reinjetar o gás extraído dos campos do pré-sal no próprio reservatório, para ajudar a extrair o petróleo. O gás seria uma alternativa à água, que normalmente é injetada no campo para empurrar o petróleo do fundo do mar até a plataforma.

Ele também voltou a defender a política de preços de combustíveis da Petrobras, que consiste em não repassar ao combustível, no mercado doméstico, a volatilidade do preço internacional do petróleo.

? É uma política vencedora. Nós preservamos o consumidor, produzimos caixa para a empresa e produzimos para o nosso acionista o mesmo resultado que outra empresa, que acompanhe a volatilidade, geraria ? disse.

Ao comentar a interdição da plataforma P-65 pelo Ministério do Trabalho, na semana passada, por falta de segurança, Barbassa disse que corrosões são comuns em plataformas, por causa do ambiente marítimo e que, por isso, a empresa faz manutenções periódicas nessas unidades. Esse era o caso, inclusive, da P-65, que estava em parada programada para manutenção. Segundo ele, a Petrobras tem investido alto na segurança de suas unidades.