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Agricultura

Polinização assistida e inteligente aumenta em 20% produção de café, diz startup

Segundo diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais, produtores estão animados em se engajar nesse processo a partir da próxima florada

abelha-europeia polinização
Foto: Alberto Marsaro Junior/Embrapa

Lavouras de café que receberam polinização assistida e inteligente promovida pela startup Agrobee, na safra 2019/20200, registraram aumento de 20% na produtividade. O dado foi mencionado na quinta-feira, 6, durante a live “Mulheres no Agronegócio Sustentável através do Processo de Polinização com Abelhas”, promovido pela Associação Brasileira de Exportadores de Mel (Abemel).

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou da transmissão ao vivo, que discutiu a importância do trabalho das abelhas para aumentar a produção de culturas como o café e a soja. “A polinização ser usada como bioinsumo é uma coisa nova, temos um espaço enorme para trabalhar mais esse assunto”, disse.

Para a presidente da Abemel, Andressa Berretta, as abelhas podem ser um importante bioinsumo para o agronegócio brasileiro. “As abelhas podem ser essenciais como políticas públicas para ajudar a criar a consciência de como podemos evitar a geração de carbono para o ambiente”.

A diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanusia Nogueira, ressaltou que, além do aumento da produtividade proporcionado pelo uso de polinizadores na cultura do café, a prática possibilita a redução do uso de outros recursos e pode alavancar o valor agregado do produto. “Esse aumento de produtividade fica totalmente em linha com tudo o que o agro brasileiro tem defendido e buscado mostrar para o mundo: que nós temos uma agricultura extremamente sustentável e que podemos aumentar a produtividade, o nível de alimentos que entregamos para o mundo sem necessariamente aumentar as áreas que precisamos para fazer isso”, disse. “Os produtores já estão animados em se engajar nesse processo a partir da próxima florada, em setembro”, concluiu.

Valor econômico

O serviço ecossistêmico prestado pelos animais polinizadores à agricultura brasileira contribuiu com um valor econômico estimado de R$ 43 bilhões em 2018. A estimativa se refere aos valores que seriam gastos pelos agricultores caso os polinizadores não contribuíssem para a produção de alimentos. A soja responde por 60% do valor estimado, seguida pelo café (12%), laranja (5%) e maçã (4%).

Os dados são do Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimento no Brasil, fruto da parceria entre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos e a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador. Segundo o estudo, a intervenção de polinizadores em cultivos de café favorece um aumento de 30% no rendimento desse cultivo.

As abelhas são o grupo de polinizadores mais abundante na agricultura, pois visitam mais de 90% dos 107 principais cultivos agrícolas já estudados no mundo.

Produção e exportação de mel

A produção de mel no Brasil foi de 42,35 mil toneladas em 2018, com valor de produção de R$ 502,84 milhões. A região Sul é responsável por 38,9% do total produzido, e a região Nordeste, 33,6%. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2019, o Brasil exportou 30 mil toneladas de mel natural, com valor de US$ 68,3 milhões. Em 2020, as exportações subiram 35,7%, em comparação ao primeiro semestre de 2019.

Os Estados Unidos são responsáveis por 78% das aquisições de mel do Brasil, em valor. Em 2019, foram exportados para o país 24,1 mil toneladas de mel, com US$ 54,2 milhões. O segundo país importador é a Alemanha, com 1,8 mil toneladas e US$ 4,7 milhões em valor.

Em 2019, o Kuwait abriu o mercado de mel para o Brasil. Desde 2016, era aguardada a autorização pelo país árabe.

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