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Praga do tomate pode ser usado no combate à doença de Chagas

Descoberta pode favorecer o desenvolvimento de vacinasUm parasito encontrado no tomate pode conferir proteção parcial contra a doença de Chagas. A possibilidade foi levantada pela primeira vez ainda na década de 1990, por José Victor Jankevicius, então professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que isolou e caracterizou o ciclo biológico do Phytomona serpens 15T, da mesma família do Trypanosoma cruzi, causador da doença.

A diferença é que o P. serpens não faz mal ao ser humano, por ser uma praga típica do tomateiro. Pesquisadores do mesmo laboratório de Jankevicius, agora aposentado, descobriram que exatamente por causa dessa “familiaridade” o parasito apresenta proteínas similares que podem “matar” o T. cruzi.

? Para entender nossa descoberta, é necessário conhecer a estratégia usada por Jankevicius, que imunizou camundongos uma vez por semana durante um mês ? via oral e intraperitoneal ? e, sete dias depois da última inoculação, infectou esses mesmos animais com doses letais do Trypanosoma cruzi ? disse Igor Campos Damiani, aluno do Departamento de Microbiologia da UEL.

? Ele verificou que todos os animais imunizados com o P. serpens apresentavam uma menor parasitemia [nível de parasitas no sangue], enquanto que os que não foram imunizados acabaram morrendo ? disse Damiani, que apresentou os resultados da pesquisa no Simpósio Internacional Comemorativo do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro.

A partir do primeiro passo dado por Jankevicius, a equipe tem se dedicado a descobrir possíveis proteínas específicas do parasito do tomate que causam a imunização contra a infecção pelo T. cruzi. Identificaram 22 e uma, em especial, chamou a atenção: a GAPDH, existente em quase todos os organismo vivos ? inclusive em células humanas ? e que desempenha papel-chave no metabolismo da glicose no processo de geração da energia que mantém vivo o parasito de Chagas.

? Se inibido, de alguma forma, o parasito não poderá mais produzir energia e morrerá. Como a GAPDH existe tanto no Phytomona como no T. cruzi, os anticorpos produzidos contra a GAPDH do primeiro também reconhecerão essa proteína no outro, inibindo sua ação. Dessa forma, o T. cruzi não poderá mais usar a glicose como fonte de energia ? explicou Damiani.

Recentemente, o grupo paranaense inoculou somente a proteína de Phytomona clonada em camundongos infectados. Os resultados mostraram que a parasitemia baixou depois da imunização com a proteína GAPDH.

? Jankevicius inoculou o parasito Phytomona inteiro nos animais. Nós inoculamos somente a proteína, essa é a diferença ? disse Damiani, que desenvolve a pesquisa sob a coordenação da professora Sueli Yamada Ogatta.

A descoberta pode favorecer o desenvolvimento de vacinas recombinantes e de DNA.

? Mas, embora promissores, são resultados preliminares e ainda é cedo para gerar expectativas ? ressaltou Damiani.

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